As vendas internas de produtos químicos de uso industrial fabricados no Brasil cresceram 6,25% no primeiro bimestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados preliminares da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Na comparação mensal o desempenho também é positivo. Em janeiro o crescimento foi de 7,85% em relação a janeiro de 2016 e em fevereiro o índice subiu 4,53% em comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do primeiro bimestre, o volume de importações dos produtos caiu 26,4% frente um ano antes.

“O efeito combinado da melhora das vendas e da queda das importações está refletido no ganho de share do produtor local no atendimento da demanda interna”, observa a Abiquim.

Nos dois primeiros meses do ano, a participação das importações sobre o consumo aparente nacional (CAN), que mede a produção nacional mais a importação e menos a exportação, foi de 34,7%, no mesmo período do ano passado as importações representavam 40,9%.

Produção

O índice de produção, no entanto, apresentou resultados negativos no bimestre, acumulando recuo de 14,2% sobre o patamar de dezembro do ano passado. Na comparação com os dois primeiros meses de 2016, houve um recuo de 5,91%. A retração é atribuída a paradas programadas para manutenção e pelo menor número de dias úteis de 2018, considerando que o carnaval de 2017 ocorreu em março.

O menor volume de produção também está refletido no índice de utilização da capacidade instalada, que ficou em 68% em fevereiro de 2018 e em 72% na média do primeiro bimestre do ano, contra 77% nos dois primeiros meses do ano passado. Como resultado dos problemas recentes na produção e também do recuo da importação, ocorreu uma diminuição no crescimento do CAN, que subiu apenas 1% nos últimos 12 meses, contra 6% de janeiro a dezembro de 2017.

Nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro de 2018, o índice de produção cresceu 0,47%, enquanto o de vendas internas apresentou elevação de 0,49%, invertendo a trajetória negativa nas vendas domésticas. No mesmo período, a parcela de vendas destinadas ao mercado externo, no entanto, exibiu recuo de 6,7%, após quase três anos consecutivos de elevação.

Em volume, as importações cresceram 5,8% nos últimos 12 meses, com destaque para o grupo de produtos intermediários para fertilizantes, cujo peso é consideravelmente elevado, especialmente em volume de importações. Entre o final do ano passado e início deste ano, em razão de estoques esporádicos elevados, nas mãos de produtores agrícolas, houve forte recuo na parcela de importações.

Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreiro, infelizmente a indústria química vem perdendo espaço para o produto importado há algum tempo. A economista alertou também que o setor químico foi surpreendido pelo anúncio de “hibernação” das fábricas de fertilizantes das Fafens em Sergipe e na Bahia.