A um dia do fim da janela partidária, a abertura do Congresso da Rede em Brasília foi marcada por um forte apelo da militância para que os senadores Reguffe (sem partido-DF) e Cristovam Buarque (PPS-DF) se filiassem ao partido. Os parlamentares estavam na primeira fileira da plateia, como convidados, e foram cortejados por praticamente todos que subiram ao palco. “Vem pra Rede”, gritavam.

No sábado, acaba o prazo de 30 dias para que os parlamentares troquem de partido, sem serem penalizados com a perda do mandato. Durante esse período, a Rede perdeu dois de seus cinco parlamentares – Aliel Machado (PR) e Alessandro Molon (RJ) foram para o PSB.

Com menos de cinco parlamentares, Marina Silva e candidatos a governo de Estado perdem a garantia de um convite aos debates em televisão. Ainda podem participar, mas caberá à empresa televisiva decidir.

O apelo mais direto veio do deputado federal Miro Teixeira (RJ). “Por favor, nessa hora nos ajudem a dizer ‘não’ àqueles que estão desde já sabotando a Marina”, disse.

O mandato do senador Cristovam termina neste ano, mas Reguffe tem mais quatro anos no Congresso. “Você veio para a Rede antes de mim. Não vamos pedir pra você vir para a Rede. Vamos pedir para você formalizar o que já é”, disse o senador Randolfe Rodrigues (AP) a Reguffe. O senador do DF, à época no PDT, ajudou a coletar assinaturas para a Rede. Em seu discurso, Marina contou que foi o próprio Reguffe quem foi à sua casa e a convenceu a criar seu próprio partido. “Ele me convenceu e eu agradeço”, disse.

Em resposta, nenhum dos dois indicou, nos discursos, a assinatura da ficha de filiação até amanhã. Cristovam disse que vai insistir para que sua sigla apoie Marina. Reguffe também rasgou elogios, mas não indicou entrar no partido.

“Em vez de dizer ‘vem pra Rede’, vou querer levar a Rede para o partido que estou. Talvez seja muito mais útil do que eu ir pra Rede”, afirmou Reguffe.