13/04/2018 - 12:35
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) reúne-se hoje (13) para debater a tensão entre os Estados Unidos e a Rússia em razão das ameaças feitas pelo presidente Donald Trump de promover um ataque de mísseis na Síria, em resposta ao suposto ataque químico praticado pelo regime de Damasco contra rebeldes em Duma, ocorrido há uma semana.
A reunião foi solicitada pela Bolívia e pela Rússia, depois de o presidente Trump ter dito, na tarde de ontem (12), que um ataque à Síria poderia ocorrer “muito em breve”. As tensões aumentam ou diminuem no ritmo em que Trump vem à público falar sobre o tema. Ele também afirmou, no Twitter, que “nunca havia dito quando um ataque iria acontecer”, amenizando a ameaça feita 24 horas antes.
Também pelo Twitter, Trump disse que o governo russo deveria estar preparado, porque os Estados Unidos lançariam misseis “novos e inteligentes” sobre a Síria.
Nesta sexta-feira (13), a Rússia alertou os Estados Unidos que um ataque aéreo à Síria ordenado por Washington pode desencadear uma guerra entre os dois países. O aviso foi feito hoje pelo representante russo no Conselho de Segurança da ONU, Vassily Nebenzia.
Na Rússia, diversas autoridades têm dado declarações criticando a postura de Trump e seu tom ameaçador. No Congresso russo, o senador Aleksey Pushkov disse que uma ameaça de guerra “não é jogo de videogame”.
Na Europa, a postura é cautelosa. O Reino Unido afirma que um ataque químico não pode ficar sem resposta, mas a França e os Estados Unidos querem confirmar se, de fato, armas químicas foram utilizadas.
Amanhã (14), especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) viajam para a Síria a fim de confirmar o ataque químico em Duma, que deixou dezenas de pessoas mortas e pelo menos 500 feridas. Segundo organizações humanitárias que atuam na Síria, as características dos ferimentos são de um ataque químico.
A imprensa europeia e a dos Estados Unidos disseram que é possível que Trump converse hoje com o presidente da França, Emmanuel Macron e com a chanceler britânica, Theresa May, sobre o assunto.