Desde que vendeu sua operação de varejo para o Itaú Unibanco por R$ 710 milhões, o Citi passou a trabalhar na transição de suas 71 agências bancárias e na migração dos seus mais de 320 mil clientes e 1,1 milhão de cartões. Pois essa tarefa deve ser concluída até outubro deste ano. Passado esse capítulo, o banco americano terá um grande desafio pela frente: mostrar toda a sua força no atacado. E, para isso, a instituição financeira comandada por Marcelo Marangon, desde dezembro do ano passado, traçou alguns planos. “Vamos reforçar a nossa área de corporate, na qual atendemos mil grandes empresas multinacionais e nacionais, ampliar a presença no middle market com o nosso commercial bank, e também focar na gestão de patrimônio”, diz Marangon à coluna.

 

De olho na infraestrutrura

Com presença em 98 países, a estratégia do Citi é ser visto como um banco cada vez mais voltado às grandes corporações. “Vamos manter as operações de varejo apenas em 19 países. Na América Latina, resta apenas a operação do México neste formato”, diz Marangon. O executivo conta com a capilaridade do banco para impulsionar os negócios. “No Brasil, somos o número um em custódia para investidores estrangeiros em rendas fixa e variável, com 63% do mercado.” O banco também está pronto para a retomada da economia. “Estamos nos preparando para financiar projetos de infraestrutura nas áreas de óleo e gás, energia, portos e concessões rodoviárias”, afirma Marangon. Indagado sobre a quantia destinada para isso, ele não titubeia. “Capital não é o problema.”

 

Reforços em todas as áreas

O Citi também está reforçando os seus quadros para avançar sobre a gestão de grandes fortunas, área em quem administra bilhões de reais de algumas centenas de famílias. E, no ano passado, também contratou três executivos oriundos do Morgan Stanley para dar um impulso no banco de investimentos. “Estamos olhando para fundos de private equity e setores que não analisávamos antes como educação e saúde”, diz Marangon. Em paralelo, está envolvido em algumas das maiores fusões e aquisições do mercado nacional. Entre elas, a tão comentada união da Boeing com a Embraer. “O banco se reinventou depois da crise de 2008 e agora focamos no nosso core business.” Sobre o Brasil, Marangon é enfático. “Não é a primeira crise que vimos no País. Vamos continuar investindo.” Mas espera que o próximo presidente toque as reformas tributária, política e fiscal.

(Nota publicada na Edição 1066 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Pedro Arbex)