09/05/2018 - 8:18
Os preços do petróleo subiram para a máxima em três anos e meio nesta quarta-feira, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou os EUA do acordo nuclear do Irã, gerando novas sanções econômicas que podem reduzir a oferta de petróleo no mercado.
Às 8h14 (de Brasília), o barril do Brent para julho subia 2,82% na ICE, a US$ 76,96, enquanto o do WTI para junho avançava 2,68% na Nymex, a US$ 70,91.
Em uma medida amplamente esperada, Trump anunciou ontem a retirada dos EUA de um acordo internacional de 2015 para conter o programa nuclear do Irã, provocando a volta das sanções econômicas contra a República Islâmica que tinham sido suspensas sob o acordo. A volta das sanções deverá prejudicar a produção de petróleo do Irã – um membro importante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo – e reduzir a oferta global.
“Nossa visão é que cerca de 500.000 a 700.000 barris por dia de exportações iranianas de petróleo bruto serão gradualmente retiradas do mercado nos próximos meses – com a extremidade superior da faixa mais provável, sustentando os preços recentes e aumentando o potencial para uma forte recuperação neste verão”, de acordo com analistas da consultoria JBC Energy.
A produção total de petróleo bruto do Irã está em torno de 3,85 milhões de barris por dia, de acordo com a Agência Internacional de Energia. As exportações para 2018 têm uma média de 2,5 milhões de barris por dia, de acordo com o MUFG Bank.
“Até que ponto a volta das sanções reduzirão as atividades petrolíferas do Irã ainda não está claro. Ainda assim, vale a pena notar que eles já haviam derrubado suas exportações em 1 milhão de barris por dia”, disse Stephen Brennock, analista da corretora PVM Oil Associates.
No entanto, alguns observadores do mercado de petróleo argumentam que sem o apoio internacional para a mudança de Trump, será mais difícil para os EUA impor as sanções.
“O cumprimento das sanções unilaterais dos EUA seria muito mais difícil de aplicar do que as medidas multilaterais implementadas em 2012”, disse Paul Sheldon, diretor associado de análise da S&P Global Platts.
Entre os dados do setor, o American Petroleum Institute (API, uma associação de refinarias) divulgou ontem que estima que os estoques de petróleo dos Estados Unidos tenham subido 1,7 milhão de barris na semana encerrada em 4 de maio. Analistas consultados pela Trading Economics esperavam avanço menor, de 700 mil barris.
Hoje, às 11h30, saem os dados oficiais do Departamento de Energia dos EUA (DoE, na sigla em inglês) e é esperado que os estoques de petróleo permaneçam estáveis em relação à semana anterior, de acordo com analistas consultados pelo Wall Street Journal. Já os estoques de gasolina devem recuar 400 mil. Fonte: Dow Jones Newswires.