23/05/2018 - 13:43
O presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase), Mario Menel, disse nesta quarta-feira, 23, que o setor deposita no ex-ministro de Minas e Energia e deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM-PE) a esperança de ver solucionada ainda este ano a questão do risco hidrológico (GSF). A matéria estava incluída na MP 814, retirada na terça-feira, 22, da pauta de votação no Congresso.
A sugestão de Menel, que se disse surpreendido com a decisão de não se votar a MP 814, que perde a validade em 1º de junho, é “limpar” a MP e votar apenas o item que trata do risco hidrológico, uma dívida de R$ 7 bilhões acumulada pelo setor elétrico devido a mudanças realizadas pelo governo passado.
“Ainda tenho esperança (de aprovação), mas concordo que é muito difícil em ano eleitoral, e ainda temos as festas juninas, a Copa do Mundo, pode não ter quórum”, avaliou Menel, após a abertura do 15º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase).
Ele disse compreender a ausência do ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, que estava sendo aguardado no evento. “Ele teve que fazer uma opção, desagradou mil agentes do setor elétrico, mas ficou perto do presidente Temer para resolver essa questão dos caminhoneiros”, opinou.
Outra alternativa para o setor, segundo Menel, seria inclusão da solução para o risco hidrológico no Projeto de Lei de privatização da Eletrobras cujo relator é o deputado José Carlos Aleluia.
Segundo ele, para o setor elétrico encontrar uma solução para o GSF é mais importante que a privatização da Eletrobras, já que se trata de uma dívida de R$ 7 bilhões que está travando investimentos no setor. “Estamos impedindo que as empresas (hidrelétricas) gerem mais energia, a liquidação (da compra e venda de energia) na CCEE está sendo de apenas 10%, isso desestimula a geração”, explicou Menel.
“Nossa expectativa era ter o aspecto legal resolvido este ano para tratar a regulamentação com o próximo governo. O meu temor é que vai entrar um novo governo e vamos ter que começar do zero”, afirmou, lembrando que a falta de definição posterga investimentos que poderiam estar sendo feitos no País.
“Os investidores estão retraídos, aguardando. Se o Brasil quer atrair indústrias e aumentar a produção precisa ter energia. Se não resolver o GSF, você diminui inclusive o interesse do investidor na Eletrobras”, disse, referindo-se aos planos do governo de privatizar a companhia este ano.