29/05/2018 - 17:37
Uma votação em plenário da Câmara dos Deputados para o projeto que regulamenta o distrato de imóveis comprados na planta é esperada para a semana que vem, de acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. O executivo participou do Brasil Investment Forum, em São Paulo. Martins ponderou que a votação deve ocorrer caso se normalize a agenda no Congresso, que acabou sendo afetada pelas votações ligadas às demandas de caminhoneiros em greve.
A Câmara aprovou requerimento para tramitação em regime de urgência do projeto, o que significa que as propostas poderão ser votadas diretamente em plenário, sem passar antes pelas comissões temáticas. Martins afirmou que ainda não houve modificações no conteúdo do projeto e que o acordo com deputados considerou que a discussão dos pontos da proposta seriam tocadas após a aprovação do regime de urgência.
Durante o Fórum, Martins destacou a importância da regulação dos distratos para o setor. Na avaliação dele, os lançamentos feitos mais recentemente pelas incorporadoras foram prejudicados em razão de dificuldades de crédito junto aos bancos, justamente porque os distratos trouxeram insegurança quanto à inadimplência.
Para Martins, esse efeito ainda justifica o baixo nível de lançamentos da indústria. A CBIC deve divulgar já na quarta-feira novos dados sobre o setor, mas o executivo antecipou que, no primeiro trimestre de 2018, as vendas no mercado imobiliário subiram em torno de 20% enquanto os lançamentos caíram 30%.
Greve
José Carlos Martins avalia que a greve dos caminhoneiros trouxe mais lentidão ao andamento de obras, prejudicadas principalmente pelos problemas com entregas de produtos perecíveis, como cimento. “Os canteiros de obra no centro de São Paulo são diminutos, como você vai estocar material?”, disse. O dirigente disse acreditar que ainda não houve paralisação das obras, mas aponta que algumas empresas estão concedendo férias coletivas de 10 dias para seus funcionários.
Pela estimativa da CBIC, o setor já perdeu mais de R$ 2,9 bilhões de renda em oito dias da greve de caminhoneiros, sem contabilizar os reflexos futuros.