Produtores de calçados nacionais também sentem os efeitos da greve dos caminhoneiros, que entrou em seu nono dia nesta terça-feira, 29. A ruptura na atividade produtiva, provocada pela falta de abastecimento de matérias-primas e insumos necessários, somada à impossibilidade de embarque de produtos nos caminhões para escoamento, já gera dispensa de pessoal, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

Cerca de 49% da força de trabalho da indústria de calçados está ociosa em consequência do desabastecimento das fábricas, conforme aponta a associação. Caso a situação não se normalize até a próxima semana, a Abicalçados calcula que mais de 230 mil trabalhadores poderão ser demitidos em um curto prazo.

Isso porque a cadeia é composta não apenas por fábricas, mas também por lojas e prestadoras de serviços. Nesse mesmo cenário pessimista, 84% das empresas do setor serão obrigadas a suspender suas atividades de manufatura, de acordo com a associação.

Aproximadamente 32% dos embarques previstos de calçados não foram realizados, o que corresponde, conforme afirma a associação, a um mês de atividade da indústria. Tudo está parado nos depósitos, esperando a liberação de estradas e mão de obra para transporte.

Os levantamentos de prejuízos foram feitos entre as principais empresas produtoras de calçados, representantes de 70% da produção anual do setor, segundo a Abicalçados.