A coordenadora de operações da dívida pública, Márcia Tapajós, destacou nesta quarta-feira, 30, que o montante de títulos emitidos no mês passado foi expressivo. Em abril foram emitidos R$ 92,15 bilhões em papéis. “Esse é o maior volume de emissões desde abril de 2015, para qualquer mês”, destacou. Ainda assim, os resgates alcançaram R$ 99,19 bilhões no mês, resultando em um resgate líquido de R$ 7,04 bilhões em abril.

Márcia citou que o Tesouro continuou em abril o programa de recompra de títulos externos. “Fizemos isso em março e no mês passado. Aproveitamos a oportunidade com maior volatilidade no mercado para recomprar títulos no mercado externo”, completou.

Márcia disse que a estratégia do Tesouro Nacional continua sendo a de emitir mais títulos prefixados que flutuantes, conforme o previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF) deste ano. “Houve incremento nas emissões de títulos indexados à Selic em abril, mas nosso carro-chefe continua sendo os papéis prefixados. Não houve mudança de estratégia”, enfatizou.

A parcela de títulos prefixados na dívida pública federal caiu de 35,39% em março para 34,44% em abril. Já os papéis atrelados à Selic também aumentaram a fatia, de 31,29% para 32,03% no mês.

Leilões extraordinários

O subsecretário da dívida pública, José Franco Morais, anunciou a continuidade do programa de leilões extraordinários de recompra de Notas do Tesouro Nacional Série F (NTN-F), iniciado na última segunda-feira, 28. Os leilões extraordinários serão feitos nos dias 1, 4 e 5 de junho. Os leilões tradicionais de 7 de junho serão cancelados.

“Está havendo um movimento global de reprecificação de ativos que se iniciou com a reversão da política monetária norte-americana e continuou com outras questões geopolíticas, como as recentes notícias sobre a formação do novo governo na Itália”, afirmou. “Isso gerou bastante volatilidade que acabou impactando todos os emergentes. O Brasil não está imune a isso”, completou.

Ele enfatizou que o Tesouro Nacional tem as ferramentas necessárias para atuar em momentos de volatilidade, e os leilões de recompra de NTN-F é um deles. “Temos um colchão de liquidez de R$ 575 bilhões que nos permite atuar. O Tesouro está usando essa reserva de liquidez”, explicou.