A gestora de fundos de private equity americana Advent anunciou hoje a aquisição do controle do Walmart no Brasil. Pelos termos da transação, a companhia adquiriu uma participação de 80% na operação.

Os 20% restantes seguirão com a varejista americana. Os valores do acordo não foram revelados. Com assessoria do Goldman Sachs, do Credit Suisse e da Euro Latina Finance, a negociação está sujeita à aprovação das autoridades regulatórias no País.

A informação de que o Walmart buscava um sócio e trabalhava com a possibilidade de deixar o Brasil foi antecipada em dezembro do ano passado, pela coluna MOEDA FORTE, de Carlos Sambrana, no portal da DINHEIRO. A estratégia da matriz americana seria uma alternativa para reestruturar a subsidiária, que tem um histórico de prejuízos desde que desembarcou no País, em 1995.

“Acreditamos que com nosso conhecimento do mercado local e expertise em varejo, podemos posicionar a empresa para gerar resultados expressivos e alcançar novos patamares de sucesso no Brasil”, afirmou Patrice Etlin, sócio-diretor da Advent International, em comunicado. “Planejamos investir no negócio e trabalhar com a equipe da empresa para criar um ambiente mais ágil e moderno, a fim de acelerar o seu desenvolvimento e melhorar a experiência do consumidor.”

HISTÓRICO

A Advent começou a atuar no Brasil em 1997. Desde então, investiu em mais de 30 empresas no País. A relação inclui Kroton, Estácio, Laboratórios Fleury e , entre outros nomes. No varejo local, a lista passa por empresas como  Restoque, Quero Quero e Fortbras. Globalmente, a gestora já realizou 40 investimentos em redes de varejo, de 14 países. Segundo o Walmart, essa experiência internacional da Advent foi decisiva para o acordo com a companhia.

“Manteremos participação no Walmart Brasil e continuaremos compartilhando nossa experiência global em varejo, dando ao nosso negócio no Brasil a melhor oportunidade de crescimento de longo prazo”, disse Enrique Ostale, vice-presidente executivo e CEO do Walmart para as regiões do Reino Unido, América Latina e África, em nota.

PREJUÍZO

O Walmart informou que espera registrar, nos Estados Unidos, uma perda líquida sem efeito em caixa de aproximadamente US$ 4,5 bilhões com a transação. A baixa será registrada no segundo trimestre, como item extraordinário. A rede destacou que uma parte significativa do prejuízo se deve ao reconhecimento de perdas acumuladas na conversão de moeda estrangeira e ressaltou que a perda final pode flutuar significativamente em virtude das alterações nas taxas de câmbio até a data de fechamento do acordo.

Em 2017, o Walmart Brasil registrou um faturamento de R$ 28,2 bilhões, o que representou uma queda de 4,2% sobre 2016. No mesmo período, o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour, seus principais concorrentes, reportaram crescimentos de 7,7% e 7,2%, respectivamente.