05/06/2018 - 12:18
Apesar dos relatórios já disponibilizados sobre as atividades de Fusões & Aquisições (M&A) no Brasil durante o primeiro trimestre de 2018 demonstrarem pouca variação em relação ao mesmo período de 2017, tem crescido o número de empresários querendo vender as suas respectivas Empresas no curto prazo (entre 2018 e 2019).
Essa percepção começou e me intrigar a partir do mês de fevereiro, quando a demanda por serviços de estruturação e assessoria na venda de empresas de tamanho médio (faturamento anual entre R$ 25 milhões e R$ 250 milhões) começou a aumentar em nosso escritório. De lá para cá, não tem uma semana sequer que não recebemos pelo menos um dono de Empresa para falarmos sobre a possibilidade de venda da mesma.
Em conversa com alguns colegas do setor (outras Butiques de M&A e alguns Bancos de Investimentos), essa percepção (de aumento da demanda por assessoria na venda de Empresas) foi então confirmada. Além disso, em um recente evento nos Estados Unidos, pude falar com vários empresários brasileiros, que confirmaram, na sua maioria, a predisposição de vender as suas Empresas (alguns até já trabalhando no assunto).
Desde então, tem sido essa uma das minhas perguntas frequentes aos vários empresários com quem converso no meu dia-a-dia: Analisando o cenário atual da sua Empresa e do Brasil, você tem avaliado com seriedade a possibilidade vender a sua Empresa no curto prazo? Por que?
Ainda não tenho dados estatísticos ou científicos sobre o tema (apesar de estar considerando realizar uma pesquisa formal). Porém, uma coisa é mais do que certa: com toda a dificuldade (instabilidade política, insegurança jurídica, recessão econômica, burocracia excessiva, ineficiência e injustiça tributária, etc) que o País tem oferecido à grande maioria dos Empresários brasileiros (aqueles que são corretos e honestos), não é nenhum absurdo acreditar que uma parcela significativa destes esteja pensando em realizar ganhos financeiros através da venda de suas Empresas (mesmo que estejam com valor depreciado).
O tempo certamente dirá se esta percepção era falsa ou verdadeira. Se comprovada, teremos uma avalanche de transações de Compra e Venda de Empresas no Brasil, criando a sensação que o “País está à venda”.
E se isso vier a acontecer (um aumento significativo do volume de transações de venda de Empresas a partir do segundo semestre de 2018 e maior ainda no primeiro semestre de 2019), não poderemos nunca condenar os nossos Empresários por tal decisão. Até porque, resiliência e persistência têm limite!
Agora, é esperar para ver…