13/06/2018 - 21:53
A paralisação dos caminhoneiros, encerrada há duas semanas, impediu que uma em cada quatro pessoas conseguisse chegar ao local de trabalho, revela pesquisa exclusiva da Ticket e Ticket Log realizada com 1,5 mil usuários do aplicativo.
A falta de combustível impactou a forma de deslocamento e a rotina dos brasileiros: 25,6% deixaram de comparecer por quatro dias ou mais, enquanto 36,4% não foram ao trabalho por um dia.
Home office e reuniões à distância foram as soluções encontradas por aqueles que enfrentaram dificuldades no trajeto até o trabalho. Por outro lado, 24% dos trabalhadores tiveram folga ou adotaram outros tipos de compensação.
As empresas buscaram outras formas de compensar o trabalhador que não conseguiu se locomover até o trabalho, habilitando o trabalho remoto ou aproveitando para compensação de banco de horas”, analisa o gerente de produto da Ticket Transporte, Giuliano Cavazzani.
A greve gerou também perda e cancelamento de compromissos. O advogado Antonio Jadel não conseguiu chegar a tempo para o concurso público da Procuradoria Municipal de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo.
“Era um domingo de manhã, saí de casa com duas horas de antecedência para pegar o ônibus, fiquei 1h40 esperando no ponto. Cheguei atrasado para fazer a prova e os portões estavam fechados”, explicou.
O problema de abastecimento nos postos de gasolina obrigou as pessoas a repensarem a forma de deslocamento, com mais de 15% substituindo parte ou a totalidade do percurso por caminhadas, enquanto 8% utilizaram a bicicleta.
“A pesquisa mostra ainda que 44% dos brasileiros tiveram de mudar seu meio de transporte por pelo menos um dia durante a crise, afetando e alterando a mobilidade urbana natural dos trabalhadores”, atesta Jean-Urbain Hubau, diretor-geral para a divisão de frotas e soluções de mobilidade da Edenred, grupo que controla a Ticket e a Ticket Log.
Alternativa ao carro, o transporte público passou a ser utilizado por 33,6% dos usuários, sendo o ônibus o meio escolhido por 22,6%. O engenheiro civil Leonardo Ferrari foi um dos que fez essa troca.
“Preferi guardar o combustível do carro para alguma emergência que eu pudesse ter com a minha filha pequena, que estava doente na época. O trem e o metrô estavam mais cheios que o normal, e os ônibus passavam com menos incidência”, diz ele.