29/06/2018 - 17:15
A alta no custo médio do estoque da dívida, para 10,04% ao ano em maio, se deveu principalmente à dívida externa, que cresceu na esteira da valorização do dólar, explicou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital. O técnico ressaltou que, considerando apenas a dívida interna, o custo médio do estoque teve a 20ª queda consecutiva em maio, para 9,62% ao ano, o piso da série histórica iniciada em dezembro de 2005.
O custo médio da emissões em maio também foi um recorde de baixa. Ao ficar em 8,49% ao ano no mês passado, foi o menor da série iniciada em dezembro de 2010.
Recompra
O crescimento da volatilidade e das incertezas no mercado internacional abriu um janela de oportunidade para que o Tesouro Nacional continuasse em maio seu programa de recompra (buy-back) de títulos da dívida externa, afirmou Vital.
O Tesouro recomprou ao todo US$ 45,3 milhões em maio, o equivalente a R$ 192 milhões. Os títulos recomprados foram o Global 2034, o Global 2037 e o Global 2041.
Vital afirmou ainda que o aumento de 6,6% na dívida externa se deveu ao comportamento do dólar em maio. Com isso, o estoque da Dívida Pública Federal externa (DPFe) passou de R$ 134,09 bilhões em abril para R$ 142,97 bilhões no mês passado.
O coordenador-geral disse ainda que houve saída líquida de estrangeiros em maio, no valor de R$ 5,3 bilhões, mas no acumulado no ano e em 12 meses o saldo desses detentores na dívida interna ainda é positivo.
PAF
O Tesouro Nacional avalia que, neste momento, não é necessário modificar seu Plano Anual de Financiamento (PAF), que orienta a estratégia de gestão da dívida pública para o ano. Mesmo com volatilidade no mercado, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública afirmou que é possível cumprir os intervalos definidos no PAF. Mesmo assim, deixou a porta aberta para mudanças caso o cenário fique mais adverso.
“O Tesouro monitora as condições de mercado. No momento, a avaliação é que não é necessário alterar PAF. Se houver necessidade de alterar PAF, não haverá nenhum constrangimento em fazer isso”, garantiu Vital.
A coordenadora de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Lena Carvalho, diz que o Tesouro tem espaço para manter uma estratégia mais conservadora em momento de volatilidade pelo PAF atual, mas reforçou que haverá revisão caso seja necessário.
Vencimentos
Vital ressaltou que também será cumprido o intervalo do PAF para a parcela da dívida vencendo em 12 meses, que prevê de 15% a 18%. No mês passado, essa parcela subiu de 18,26% para 20,28%, mas o técnico explicou que se trata de uma questão sazonal.
Segundo ele, entrou no horizonte dessa estatística um vencimento grande de títulos (cerca de R$ 80 bilhões) que haverá em maio de 2019. Em maio deste ano, porém, os vencimentos eram bem menores, tanto que houve resgate de apenas R$ 15,487 bilhões, um valor considerado baixo pelos técnicos.