Os fundos offshore se consagraram, nos últimos tempos, como uma espécie de passaporte para investir de maneira legal no exterior. Essas aplicações, em geral, são sediadas em paraísos fiscais e investem em ativos pelo mundo afora. Entre as instituições brasileiras, o Banco do Brasil tem a maior carteira de fundos offshore abertos para pessoas físicas. São cinco tipos de aplicações, que acompanham desde a variação do risco Brasil até o desempenho do euro. Os fundos estão registrados nas Ilhas Cayman sob tutela do banco UBS, único detentor do cadastro dos investidores. Para despachar dinheiro para um fundo offshore, basta abrir uma conta em uma das agências internacionais do BB. Mas é preciso dispor de, no mínimo, US$ 50 mil para iniciar o investimento.

Essa aplicação é recomendada para quem tem como objetivo fazer uma poupança em moedas estrangeiras, como dólar e euro, ou simplesmente diversificar os investimentos. Também se pode aplicar em ações de companhias brasileiras por meio de offshore. ?É uma aplicação ideal para quem quer investir no exterior, mas conhecendo os riscos dos papéis?, explica Rodrigo Afonso, gerente de fundo offshore do BB.

Outra alternativa é aplicar no Fiex, um fundo composto por títulos da dívida externa brasileira. Nesse caso, não é necessário abrir conta internacional. ?No curto prazo, a chance de perdas é grande, porque as cotas variam com o câmbio e com a aceitação dos títulos brasileiros no exterior?, alerta Charles Ferraz, gestor do BankBoston. Há cerca de 30 fundos Fiex disponíveis no mercado. No Boston, a aplicação mínima varia de R$ 1 mil a R$ 10 mil.

Quem optar por abrir uma conta no exterior terá de fazer uma declaração anual de investimentos internacionais ao Banco Central. ?Todo cuidado é pouco nesse tipo de aplicação?, alerta o advogado Roberto Justo, do escritório Choaib, Paiva, Monteiro da Silva e Justo. Apesar de legal, o investimento no exterior ainda carrega o estigma da obscuridade.