14/03/2014 - 21:00
No que depender do empresário Eduardo Rocha Azevedo, ex-presidente da Bolsa de Valores e presidente reeleito do Jockey Clube de São Paulo, é hora de apostar no clube. A meta de Azevedo é concluir o saneamento das finanças da associação. “Preparamos um plano diretor para isso, só precisamos da aprovação da Prefeitura de São Paulo”, diz ele. Eleito presidente pela primeira vez há dois anos, Azevedo encontrou as finanças do Jockey em mau estado, com dívidas e impostos atrasados que superavam R$ 500 milhões. “Participamos de programas de refinanciamento e reduzimos o passivo para R$ 190 milhões”, diz ele.
Páreo no hipódromo: mais do que sorte para recuperar as finanças
“O clube ainda está endividado, mas agora está adimplente e tem plenas chances de se recuperar.” O plano diretor, divulgado na quinta-feira 13, tem duas grandes metas. Uma delas é prosseguir com a venda do patrimônio imobiliário e reinvestir os recursos na recuperação do hipódromo. Em outubro do ano passado, a sede social, localizada no centro velho de São Paulo, foi vendida por R$ 90 milhões para um empresário vizinho. “Agora estamos negociando a antiga chácara do Jockey, um terreno de 140 mil metros quadrados”, diz o presidente.
Rocha Azevedo: redução da dívida de R$ 500 milhões
para R$ 190 milhões e venda do patrimônio imobiliário
Localizada na zona sudoeste da capital paulista, a área foi considerada de utilidade pública pela prefeitura, mas a decisão caducou em abril do ano passado. A ideia é transferir o terreno ao município em troca de direitos conhecidos como Transferência do Direito de Construir, que proporcionam ao dono de um imóvel tombado potencial construtivo que pode ser usado em outra área ou vendido no mercado. “Isso é um mecanismo para garantir a viabilidade financeira de um imóvel tombado, caso do hipódromo”, diz Azevedo.
A segunda meta promete fazer barulho. No início de 2013, Azevedo esperava faturar R$ 15 milhões alugando a ampla área do hipódromo para eventos musicais. No entanto, a ideia queimou a largada: sem aprovação do município e criticada pelos vizinhos do hipódromo – localizado em uma das regiões mais valorizadas da capital –, a iniciativa não pôde prosseguir. “Faturamos menos de R$ 5 milhões”, diz o presidente. Agora, ele espera convencer os moradores da redondeza a aturar um fim de semana barulhento e congestionado por mês para reforçar as finanças da associação. “Isso vai garantir a preservação de um patrimônio arquitetônico e de uma das maiores áreas verdes da cidade”, diz ele.