A sigla não é das mais sonoras, mas os Fidcs – Fundos de Investimento em Direitos Creditórios ? estão na crista da onda do mercado. Criados em 2001, costumam ter rendimento mensal médio de atraentes 108% do CDI e já somam, hoje, um patrimônio de R$ 6,7 bilhões. Eles são mais conhecidos como fundos de recebíveis, papéis atrelados ao desempenho de empresas de todos os portes que remuneram o investidor de acordo com o fluxo de pagamentos que recebem. Na semana passada, havia no mercado 48 Fidcs em plena atividade. Para entrar nesta ciranda, porém, é preciso esperar a abertura de novos fundos, uma vez que os atuais já estão fechados.

Instituições financeiras estruturam os fundos de recebíveis em cima de uma meta financeira e partem para a captação dos recursos no mercado. Como a demanda por parte dos investidores é grande, normalmente em poucos dias o fundo alcança o volume de recursos planejado. Importante: só pode participar de um fundo de recebíveis o investidor que já tiver R$ 300 mil aplicados no mercado. A carência para o resgate da aplicação varia de dois a 24 meses. Mesmo assim, muita gente se interessa. ? Cada vez mais empresas escolhem esta ferramenta para se capitalizar?, avalia Bruno Amadei Júnior, da Integral Trust, que já estruturou 13 Fidcs. ?O investidor já entendeu que o produto é seguro.?

Na hora de optar por um fundo de recebíveis, o investidor deve prestar atenção à qualidade da empresa que está solicitando recursos ao mercado. Atualmente, os bancos que fazem empréstimos com desconto em folha de pagamento são considerados bastante atraentes. ?O apelo é grande, porque este tipo de operação tem baixa inadimplência?, observa Marcelo Baptista, diretor da Verax, a administradora de recursos do Banco Cruzeiro do Sul, com forte atuação na oferta de crédito consignado.

Outra novidade do mercado que promete decolar nos próximos meses são as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Lançado em março último, este título é emitido pelo produtor rural e garantido pelo Banco do Brasil. Foram lançados, até o momento, apenas R$ 56,5 milhões em LCAs. Por ora, o investidor só pode comprá-las nos leilões semanais promovidos pelo BB. Mas a aplicação deve ficar mais acessível a partir de julho. ?Estamos na fase final de um projeto piloto que permitirá a compra desses títulos nos balcões das agências ou pela internet?, adianta José Carlos Vaz, gerente de agronegócios do BB. Esta opção estará disponível para aplicações entre R$ 100 mil R$ 5 milhões.

Dois momentos

 

R$ 6,7 bilhões é o patrimônio atual dos fundos de recebíveis

R$ 56,7 milhões já foram emitidos em títulos de agronegócio