As parisienses têm a Champs-Élysées. As nova-iorquinas, a Quinta Avenida. As paulistanas, a Oscar Freire. Mas, para muitas mulheres, o melhor endereço para se comprar grifes de luxo está na web. É a Net-A-Porter, maior loja online de alta-costura feminina do mundo. Este império, que faturou US$ 183 milhões em 2009, foi criado pela anglo-americana Natalie Massenet há dez anos. 

173.jpg

“O Brasil, hoje, é o mercado de crescimento mais rápido para nós”

Natalie Massenet > Presidente da Net-A-Porter 

 

Em abril, a Richemont, conglomerado com faturamento de US$ 5 bilhões e dono de marcas como Cartier, Montblanc e Chloé, comprou o negócio por US$ 534 milhões. “Em 1999, os investidores me diziam que não podiam imaginar as mulheres comprando alta-costura na web”, afirmou Natalie, 45 anos,  em entrevista exclusiva à DINHEIRO. “Hoje tenho certeza de que muitas das suas esposas são nossas clientes.”

 

Natalie foi pioneira na venda de peças de estilistas famosos na internet. Na Net-A-Porter, você encontra desde itens de Yves Saint Lauren até de jovens como Stella McCartney, filha do ex-beatle Paul McCartney. 

 

Tudo o que está relacionado com luxo, de joias a acessórios, está na loja. Há dez anos, ela não tinha ideia de que mudaria a maneira como as mulheres compram moda. Mas foi exatamente o que aconteceu. “Graças à Net-A-Porter, o lugar em que você vive não dita o que você veste”, escreveu o jornal inglês The Sunday Times. As icônicas caixas pretas, com laços de seda também negros, em que são despachadas as encomendas feitas pelas consumidoras, são enviadas para mais de 150 países, da Eslovênia à China, da Austrália ao Brasil. 

 

“Nossa base de clientes no seu país tem crescido de forma exponencial. O Brasil, hoje, é o mercado de crescimento mais rápido para nós”, disse Natalie. Os itens preferidos das brasileiras são as bolsas de Alexander McQueen, os sapatos de Christian Louboutin e os vestidos de Marc Jacobs. 

 

Tamanho sucesso já a faz  planejar uma versão do site em português. Atualmente, a Net-A-Porter recebe cerca de três milhões de visitantes únicos por mês. Peças exclusivas ou em primeira mão estão entre as estratégias que ajudam a explicar tamanha fidelidade. Fruto do prestígio que Natalie tem sobre muitos estilistas.

 

174.jpg

 

 

Há ainda a opção de receber sua encomenda no mesmo dia para as clientes em Nova York e Londres, onde ficam os escritórios e os cerca de 800 funcionários da empresa.

 

Natalie, uma ex-editora de moda, deu à Net-A-Porter um característica de loja virtual com um quê de revista de moda em que as mulheres podem comprar as mais desejadas marcas em um clique. 

 

O negócio é lucrativo desde 2004, mas Natalie acredita que ele é pequeno diante ao potencial de mercado. E ela tem planos ambiciosos de expansão. Depois de lançar no ano passado a Outnet, em que vende peças de grifes com descontos, ela planeja a abertura da Mr. Porter, direcionada ao público masculino, no início de 2011. 

 

Natalie não descarta investir em lojas para crianças, a Petit-a-porter, e de produtos de beleza, a Pret-a-beauté. Os domínios na internet já estão reservados. 

 

Com ótimo senso de oportunidade, Natalie está atenta para seguir na vanguarda do varejo de grifes de luxo online. “A internet nos permitiu comprar na conveniência do escritório ou no conforto do lar. Agora (com smart-phones e tablets) podemos comprar em qualquer lugar. Esse é o futuro.” Tratando-se de palavras de Natalie Massanet, é melhor ouvir.