09/03/2011 - 21:00
Nos últimos quatro anos, a fabricante brasileira de refrigeradores comerciais Metalfrio Solutions apostou na expansão geográfica. Em 2006, adquiriu o grupo dinamarquês Caravell/Derby, dono de uma fábrica na Rússia.
Apenas um ano depois se tornou proprietária da mexicana Refrigeración Neto. Em 2008, comprou 71% da holding turca Senocak, controladora da fabricante de refrigeradores comerciais Klimasan.
Ao sair às compras no mercado internacional, a empresa desembolsou R$ 247 milhões e o resultado da empreitada já é bem visível. Desde que fez a primeira aquisição até o ano passado, a Metalfrio viu sua receita líquida quase triplicar para os R$ 783,5 milhões em 2010.
Luiz Moreira Caio: com a internacionalização, a Metalfrio
multiplicou por três o seu faturamento em quatro anos
Mais: a capacidade instalada se tornou quatro vezes maior e soma 1,3 milhão de refrigeradores por ano. Com a musculatura fortalecida, a companhia não pretende parar por aí.
Seu próximo passo é chegar à Índia. “Ainda não estamos em partes estratégicas da Ásia, como Índia e China”, disse Luiz Eduardo Moreira Caio, presidente da Metalfrio à DINHEIRO. “Considerando as oportunidades e riscos de cada mercado, preferimos a Índia.”
A companhia, controlada pela gestora de recursos Artesia, de São Paulo, mantém conversações com fabricantes indianos, pois quer entrar no mercado local pelo caminho das aquisições.
Mas por que a Índia? A economia do país cresceu a passos largos na última década. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) indiano aumentou 8,6% e perdeu apenas para a China, com 10,3%.
Parte da explicação para esse desempenho é o crescimento da classe média indiana, que totaliza 370 milhões de pessoas. “O país passa por um bom momento, com grande oferta de empregos”, diz Ricardo Torres, professor da Brasil Business School.
A Metalfrio quer adquirir companhias com marcas estabelecidas e costuma deixar um sócio nativo no comando. O êxito da estratégia pode ser medido pelo desempenho das operações europeias.
As vendas da empresa na região subiram 70% em volume, para 283,6 mil unidades, e 38,7% em valor, para R$ 224,8 milhões em 2010. Esses resultados foram obtidos a despeito da desaceleração da economia dos países da Europa Ocidental.
O pulo do gato: a Metalfrio Europa, que tem uma de suas bases na Turquia, apostou nos mercados da Ásia Central, como o Casaquistão e Usbequistão, e do Oriente Médio, como o Iraque. “Nosso sócio turco está no co-mando da fábrica da Turquia”, diz Caio. “Ele conhece muito bem a região e nos ajudou a abrir o mercado iraquiano em 2009.”
