26/03/2015 - 18:00
A capacidade de erguer estruturas suntuosas e cidades no meio do nada compõe um dos traços característicos da cultura egípcia. Foi assim com a cidade de Luxor, construída a partir de 1550 a.C. às margens do rio Nilo e em meio às ruínas de Tebas, no Sul do país. Hoje, Luxor é considerada um dos maiores museus ao ar livre de relíquias da antiguidade. O mesmo pode-se dizer do planalto de Gizé, onde estão as grandiosas pirâmides com até 146 metros de altura. Agora, o governo do Egito volta a surpreender o mundo com uma obra arquitetônica com pretensões faraônicas: a construção da nova capital do país, que será localizada a leste da atual capital, Cairo.
O projeto está orçado em US$ 45 bilhões, de acordo com o ministro da Habitação, Mustafa Kamel Madbuli. O lançamento do empreendimento, que será concluído até 2022, ocorreu durante um seminário que reuniu investidores no balneário de Sharm el-Scheich. Na lista os gestores dos bilionários fundos controlados pelos Emirados Árabes Unidos. Além de estrutura para acomodar ministérios e outros órgãos públicos, a área de 700 km² contará com um parque temático quatro vezes maior que o da Disney, em Orlando, nos Estados Unidos. Além disso, parte da energia que abastecerá seus cinco milhões de habitantes será obtida a partir da radiação solar.
Os painéis fotovoltaicos ocuparão um terreno de 90 km². A ligação com a atual capital, e os tradicionais destinos turísticos, será feita por uma moderna linha férrea. Com isso o governo espera dinamizar a combalida economia do país, que vive basicamente do turismo, da exportação de petróleo e das taxas alfandegárias no Canal de Suez, que liga o mar Mediterrâneo ao Oceano Índico. Ao explicar o projeto aos investidores, Madbuli lembrou que a atual capital, Cairo, está perto da saturação. A expectativa é que, em 35 anos, sua população avance 123%, passando dos atuais 18 milhões para 40 milhões, em 2050. O crescimento desordenado é visto como um dos maiores desafios para uma das cidades mais antigas do mundo.