O empresário francês Raymond Visan foi chamado de louco quando visualizou um restaurante-lounge de mil metros quadrados que reverenciava a cultura e a gastronomia oriental em plena Place de la Concorde, um dos patrimônios culturais da França. Deu de ombros. Guardadas proporções, ele foi tratado igual ao arquiteto Gustave Eiffel (1832-1923), o criador de uma ?torre? futurista na Paris de 1889. A população desconfiou, chiou e, depois, amou. Pois foi isso o que aconteceu com o seu restaurante. O ousado empreendimento batizado de Buddha Bar tornou-se um dos símbolos da noite parisiense, comparado a redutos gastronômicos como o La Coupole ou o Carré des Feuillants. De lá, abriu suas portas em Nova York, Cairo, Dubai e outras capitais mundiais. Seu début na América Latina acontece no próximo dia 12, na Villa Daslu, em São Paulo. Com um investimento de R$ 4,5 milhões e sob o comando dos empresários Rubens Zogbi, do alemão Rudolf Piper e mais outros dez acionistas, o empreendimento se prepara para assumir o posto de maior Buddha- Bar do mundo, com 1,2 mil m2.

Assim como a matriz parisiense, o restaurante será um lounge. À medida que a noite progride, o volume da música aumenta. ?Mas continua sendo restaurante, não casa noturna?, conta Michel Saad, sócio e responsável pela programação musical do local. A cozinha ficará a cargo da chef Bel Coe lho, ex-Sabuji, que fará pratos da culinária asiática com alguma influência brasileira. Para acompanhar as criações de Bel, um Château Petrus, safra 1999, poderá ser degustado por R$ 25 mil. Na decoração, a estátua de 4,5 metros de um buda, que na cultura oriental simboliza simplicidade e desapego. ?O buda veio da Tailândia e precisou de autorização dos monges para sair de lá?, conta Rudolf Piper. Até agora, o restaurante é o único da América Latina. Mas Visan acaba de fechar contrato para inaugurar uma filial no México. ?Mas na América do Sul não haverá outro?, explica Piper.