30/01/2013 - 21:00
Restaurar a confiança do setor privado e motivá-lo a investir é a maior prioridade do Executivo hoje. A série de encontros empresariais da presidenta Dilma e de contatos com representantes da produção demonstra isso e não vai parar por aqui. A presidenta, normalmente avessa à prática, vem batendo recorde de audiências do tipo para firmar um canal de diálogo em que desvios de rota da economia e medidas de incentivo sejam discutidos abertamente. No esforço para convencer empreendedores de que esse é o momento de uma aposta mais firme em novos projetos de crescimento, o governo tem se esmerado no anúncio de medidas – da desoneração de impostos à expansão de crédito, passando pelo barateamento do custo da energia.
Em rede nacional de rádio e tevê na quarta-feira 23, a presidenta deu uma resposta clara àqueles críticos que duvidavam de sua promessa de que a tarifa de luz iria cair. Resolveu ir além do planejado nos descontos. A economia proporcionada por essa decisão alivia sobremaneira o caixa de indústria, comércio e serviços. E, por tabela, deverá baratear mercadorias, num ciclo virtuoso da oferta e demanda. No campo do crédito, o governo está cobrando dos bancos a ampliação de financiamentos. A Caixa Econômica e o Banco do Brasil deverão puxar um novo ciclo de redução dos juros. Nessa ofensiva não está descartado mais um encontro da presidenta com os principais banqueiros privados.
Já na semana passada, o big boss mundial do Santander, o espanhol Emilio Botín, foi recebido em conversa reservada com Dilma e comprometeu-se com novos investimentos no País. Que ninguém duvide: o plano de ação da presidenta em 2013 está concentrado na economia e ela parece convencida de que será bem-sucedida: “Em 2013 teremos crescimento sério, sustentável e sistemático”, disse em discurso no Piauí onde esteve para avaliar “in loco” obras do PAC. Dos ministros, Dilma tem cobrado metas e resultados concretos. Disse a vários deles que não tem mais tempo a perder. Ainda neste semestre espera bons reflexos nos indicadores do PIB. Mas isso só virá, claro, se os empresários entenderem que o ambiente mudou e é possível atender à convocação do governo para mais investimentos.