O empreendedor alemão Oliver Samwer, fundador da empresa Rocket Internet, tornou-se conhecido por sua voracidade em investir em iniciativas virtuais e por copiar modelos de sucesso. Samwer, quem diria, acabou sendo copiado. O executivo francês Olivier Raussin, com passagens por empresas como Google, Yahoo!, Microsoft e YouTube, cansou-se da vida de executivo. Há dois anos, ele procurou velhos amigos alemães e, juntos, criaram a Project A Ventures, uma empresa que busca casos de sucesso no mercado e os replica investindo recursos próprios e de terceiros. 

 

112.jpg

Olivier Raussin: Planos de investir 80 milhões de euros em empresas iniciantes no Brasil e na Europa já produzem frutos 

 

A semelhança com a Rocket não é uma coincidência. Os colegas de Raussin – Florian Heinemann, Uwe Horstmann e Christian Weiss – trabalhavam para Samwer. Companhias como a Project A são a mais nova forma de investir em empresas nascentes no Brasil. O que as diferencia de investidores anjo e de incubadoras são o aporte financeiro mais robusto e a estrutura montada. Isso quer dizer que, além da orientação dos principais executivos, as companhias investidas compartilham áreas, como tecnologia da informação e marketing, o que reduz custos. Mas não é somente isso.

 

Essas empresas fazem pontes com fundos de venture capital, que se tornam coinvestidores das empresas. É o caso da Project A. Fundada em janeiro de 2012, conta com investimento de € 50 milhões do grupo de varejo Otto e, agora, novos € 30 milhões vieram dar fôlego à iniciativa. O dinheiro veio da parceria firmada com Axel Spriger AG, empresa de mídia que faturou, no ano passado, € 3,3 bilhões. O total vai ajudar a financiar companhias no Brasil e na Europa. “São conhecimentos complementares”, afirma Raussin, em português fluente, referindo-se aos dois megainvestidores. Além deles, há participação de fundos de venture capital que entram como parceiros das empresas.

 

“Ao todo, temos apoio de 15 fundos que são coinvestidores que já injetaram € 30 milhões.” Até hoje, 18 companhias já saíram do papel pelas mãos da Project A, sendo três no Brasil: a empresa de comercialização de vinho online Epicerie; AdTrade, ligada à tecnologia para publicidade na internet; e a Natue, e-commerce de produtos naturais. Duas delas já faturam R$ 2 milhões, afirma o gestor. “Até o fim do ano, teremos mais quatro e, em 2014, chegaremos a 15 companhias”, diz Rassaun. Entre os segmentos que estão no radar, estão os de publicidade online, software e aplicativos para mobile. 

 

113.jpg