17/10/2004 - 7:00
Daniela Cicarelli não é a única mulher de impacto na Reebok do Brasil. Enquanto a modelo estrela a campanha publicitária dos tênis e das roupas esportivas da marca, uma outra morena de olhos azuis assume o comando do mais novo empreendimento da empresa no País: Giovanna Grendene inaugura, em dezembro, as duas primeiras lojas Reebok Concept, uma em São Paulo, outra no Rio de Janeiro. O projeto é inspirado nas megaunidades que a grife esportiva mantém em Nova York, Los Angeles, Santiago, Cidade do México e algumas cidades na Ásia. Primogênita de Pedro Grendene, um dos proprietários do Grupo Grendene e da Vulcabrás (dona da marca Reebok na América do Sul), Giovanna já havia administrado as lojas Keds (também da Vulcabrás) e o sucesso que obteve no varejo a credenciou a pilotar o novo projeto para a Reebok. A executiva vai gastar R$ 1 milhão para montar as lojas. ?Os dois pontos já pertenciam à Vulcabrás e abrigavam unidades da Keds. Por isso, não haverá necessidade de grandes investimentos?, explica. Seu desafio agora será reforçar o lado fashion da marca, sem abandonar a forte presença no segmento esportivo. O movimento era esperado. A tabelinha esporte e moda tornou-se tendência de mercado desde que Adidas e Puma se aventuraram nesse segmento e acabaram virando ícone dos ?descolados?. A Nike também adotou o conceito e arrastou para suas lojas uma legião de novos consumidores. Só faltava a Reebok.
A localização das Reebok Concept deve ajudar a executiva a cumprir sua missão de incluir a marca no circuito da moda no Brasil. Em São Paulo, a loja de 350 metros quadrados será instalada na badalada rua Oscar Freire e abrirá as portas no dia 2 de dezembro. No Rio, a unidade de 300 metros quadrados terá como endereço o Fashion Mall e será inaugurada no dia 8. ?A Reebok tem uma linha forte de produtos clássicos e no estilo retrô que não era trabalhada no Brasil?, diz Giovanna. ?Vamos mudar isso?. Outras novidades nas prateleiras da grife serão os acessórios e equipamentos, como óculos, monitores cardíacos, esteiras e bicicletas. Sem contar produtos importados como o kit de ioga que traz um tapete, fitas com trilha sonora para os exercícios e peças de vestuário.
Enquanto a empresária cuida dos últimos detalhes do novo projeto no Brasil, seu irmão, Pedro Bartelli Grendene, que administra a marca na Argentina, se prepara para abrir uma Reebok Concept em Buenos Aires no ano que vem. Foi Pedro, aliás, quem trouxe a idéia depois de passar seis meses, em 2003, em Massachusetts, onde funciona a sede da Reebok. Os americanos têm grande admiração pelo trabalho dos Grende-
ne. Hoje, seus tênis de performance estão em segundo lugar no ranking brasileiro. Perdem ape-
nas para a Nike. No resto do mundo, a Reebok fica em terceiro lugar, atrás de Nike e Adidas. Com o desempenho, o Brasil passou a ser parte fundamental na estratégia de crescimento da marca. Tanto que a empresa lança coleções simultaneamente aqui e nos EUA.
A Reebok se associou ao Grupo Grendene em 1992. Sete anos depois, a coligada Vulcabrás assumiu as operações da marca e ficou responsável pela importação, produção e distribuição dos produtos na América do Sul. Giovanna não costuma falar em cifras. Mas segundo dados do mercado, a Vulcabrás, dona de receitas anuais de R$ 209 milhões, produz em sua fábrica de Horizonte (CE) algo como 20 mil pares de tênis Reebok por dia, cerca de 40% desse montante destinado ao mercado externo. A Reebok do Brasil hoje vende para Argentina, México e outros países da América Central e do Sul. Transformou-se, rapidamente, em base de exportação da marca americana no continente. Ponto para os Grendene.