04/06/2008 - 7:00
TODO MUNDO GOSTARIA DE aplicar nos fundos de investimentos mais rentáveis. Mas, para isso, seria preciso manter contas em diversas instituições, o que não é prático nem barato. Felizmente, é possível investir com uma só tacada nos melhores fundos disponíveis, usando os chamados multimanagers (multigestores). São Fundos de Investimento em Cotas (FICs) específicos, criados por bancos, corretoras e gestoras de recursos independentes. Essas instituições se encarregam de escolher as carteiras com melhor desempenho e compram suas cotas com os recursos depositados em seus fundos multimanager. Ou seja, fazem todo o trabalho de análise e de escolha.
Os gestores dos multimanagers classificam os fundos-alvo com notas, porcentagens ou letras semelhantes aos ratings atribuídos pelas agências de classificação de risco. A avaliação é global e leva em conta a performance de longo prazo. Como num campeonato de Fórmula 1, o que interessa é encontrar a melhor equipe e os pilotos campeões em toda a temporada, e não em corridas específicas. Não adianta ter uma área de decisão de investimento forte e um controle de risco fraco. Ou bons prognósticos macroeconômicos, mas operadores ruins. “Todos os fatores devem ser olhados com cautela antes de se alocar um recurso”, afirma Marcos Rabinovich, superintendente de fundos do Bradesco. Os retornos são avaliados ao longo dos anos em condições adversas. Erros de estratégia fazem parte do jogo, o importante é saber virar o resultado. Assim como grande rentabilidade em um curto período pode significar apenas um golpe de sorte. “Queremos adicionar o melhor tipo de gestão ao nosso fundo, onde quer que ele esteja”, diz Wagner Guida, diretor de multigestores para a América Latina do HSBC.
Casas que trazem o peso de nomes como Luis Stuhlberger, da Hedging-Griffo, Armínio Fraga, da Gávea, e Luiz Fernando Figueiredo, da Mauá, levam uma pequena vantagem. Esses gestores participam ativamente das posições e movimentações dos seus fundos e contam com uma equipe que consegue transformar suas análises em boas estratégias. “O Armínio Fraga é brilhante e coloca sua experiência a serviço do fundo”, diz Guida, do HSBC. “Captação e geração de resultados são especialidades do Stuhlberger”, completa Marcelo Pereira, gestor da TAG Investimentos.
A disputa pelos fundos dessas grifes é tamanha que a maioria já completou o patrimônio ideal. Quando um deles resolve abrir para captação, o interesse é imediato. A Mauá teve grandes perdas após o início da crise do subprime, em agosto de 2007. Em novembro, reabriu fundos para captação e os grandes bancos correram para ocupar as poucas vagas.
Os investidores que optam pelos fundos multimanagers precisam ficar atentos à taxa de administração, que é cobrada duas vezes. Uma para o FIC e a outra para os gestores dos fundos comprados. E os critérios variam entre as instituições. No Bradesco Prime FIC Multimercado Multigestores, com aplicação inicial de R$ 25 mil, é cobrada uma taxa máxima de 2,6% ao ano. Está incluso o 1,5% que cabe ao Bradesco e o 1,1% restante é a margem para as taxas dos fundos que estão na carteira. O HSBC FIC Aquamarine LP, também com R$ 25 mil de entrada, cobra um máximo de 2,9%, sendo 1% para o banco.