06/06/2007 - 7:00
PAUL BURREL: o ex-serviçal da família real inglesa faz pose ao lado de sua linha de vinhos
O dia é 31 de agosto de 1997. Uma Mercedes-Benz S280 entra no túnel sob a ponte da Alma, em Paris, fugindo de vários paparazzi a mais de 160 km/h. Um erro na direção e o carro colide contra uma das vigas de sustentação da ponte, sem deixar sobreviventes. Dentro do veículo estavam a princesa Diana e o milionário egípcio Dodi al- Fayed. Hoje, quase dez anos depois da morte da princesa mais carismática que a Inglaterra já teve, a corte inglesa vive dias que serviriam como um bom roteiro de cinema. O príncipe Charles, ex-marido de lady Di, vive com a ex-amante Camila Parker Bowles e luta para que ela seja coroada rainha quando ele assumir o trono. William, filho de Charles, tido como bom moço e segundo na linha de sucessão, causou furor ao aparecer com a mão nos seios de uma estudante brasileira nos tablóides ingleses. Seu irmão mais novo, Harry, o ruivinho da pá virada, já apareceu em uma festa à fantasia vestido de nazista e assumiu que fumou maconha. E o mordomo, por onde anda? Ah, o mordomo, esse fez a fama em cima da família. Paul Burrell, o indiscreto falastrão que serviu a rainha Elizabeth II e a princesa Diana, tem acumulado uma série de negócios e contratos milionários.
De carona no aniversário de dez anos da morte da princesa, por mais que não assuma o oportunismo, ele está lançando uma série de produtos com a marca Royal Butler (Mordomo Real). Em abril, ele anunciou a linha de vinhos Royal Butler Wines. Produzidos pela vinícola australiana Hungerford Hill, a primeira leva de garrafas terá 100 mil unidades. O branco chardonnay e o tinto syrah custarão US$ 12 cada um. O espumante rosé sairá por US$ 18. Burrell ainda está negociando a produção de vinhos mais refinados com vinícolas da Califórnia e essa coleção seria batizada de Royal Butler Jewels. Burrell faz questão de frisar que as bebidas são inspiradas no gosto da princesa Diana. O mesmo acontece com uma linha de móveis em estilo inglês para casas de campo desenvolvida em parceria com a fabricante Highland House. Chamada de Royal Manner (Modo Real), a coleção com 60 peças, de armários a camas, de cadeiras a mesas, será lançada em 10 de setembro e os preços variarão de US$ 599 a US$ 5,5 mil.
O insaciável Burrell quer mais. No segundo semestre, uma linha de 15 tapetes da americana Kalaty Rug Corporation será lançada com o selo do mordomo. O ápice, entretanto, acontece no dia 19 de agosto, quase uma semana antes do aniversário de dez anos da morte de lady Di. Ele foi contratado por um canal americano para estrelar o reality show American Princess (Princesa Americana). Na atração, ele terá a função de transformar algumas plebéias da terra do Tio Sam em Cinderelas. Por esse papel, Burrel vai ganhar 500 mil libras, o equivalente a quase US$ 1 milhão. Não é a primeira vez que Burrel, um homem que se dizia fiel à princesa e escondia os seus segredos incontestavelmente, se aproveita da imagem de Diana. Em 2002, depois de ser absolvido em um processo que o acusava de ter furtado bens da princesa avaliados em US$ 7 milhões, Burrel vendeu sua história ao tablóide Daily Mirror por US$ 1,5 milhão. Em seguida, ele escreveu o livro A Royal Duty (Um Dever Real), que se tornou best-seller na lista do respeitado jornal americano The New York Times, e, em 2006, lançou The Way We Were: Remembering Diana (Tal Como Éramos: Relembrando Diana). Nas duas publicações, Burrell revelou intimidades da princesa e deixou os herdeiros de lady Di de cabelo em pé. Se essa história se tornasse um filme, certamente a culpa seria do mordomo.