12/02/2013 - 21:00
Papéis avulsos
A Hypermarcas anunciou, na terça-feira 5, a conclusão da venda de uma fábrica de medicamentos em Bragança Paulista, interior de São Paulo, para a Avert. O negócio, anunciado em 4 de dezembro, por R$ 17 milhões, fez os papéis da companhia presidida por Cláudio Bergamo subir para R$ 18,09 na quarta-feira 6, a maior cotação desde maio de 2011. Segundo a analista da Coinvalores, Sandra Peres, a venda de ativos que não são rentáveis pode ajudar a empresa no movimento de desalavancagem, iniciado em 2011. “O mercado vê essas ações como positivas”, afirma.
“Os resultados desse processo vão começar a aparecer nos números de 2013, e os investidores estão de olho nisso.” Segundo Sandra, a melhora do cenário macroeconômico, na comparação com o ano passado, também é positiva e gera boas expectativas aos investidores. “No momento, nossa recomendação é de manutenção para o papel”, afirma a analista. Considerando uma melhora no fluxo de caixa da companhia, o Bank of America Merrill Lynch afirmou, em relatório, que mantinha a recomendação de compra para os papéis, elevando o preço-alvo das ações da empresa de R$ 20 para R$ 22.
Consumo
Lucro da Natura sobe 3,6%
A Natura registrou lucro líquido de R$ 861,2 milhões em 2012, um aumento de 3,6% ante o ano anterior. Com 1,573 milhão de consultoras, sendo 1,268 milhão no Brasil, a fabricante de cosméticos gerou receita líquida consolidada de R$ 6,35 bilhões, alta de 13,5% no período. Além dos resultados positivos, a boa notícia para os acionistas é que a maior parte da remuneração, que deve somar R$ 469,5 milhões, será paga por meio de dividendos, isentos de Imposto de Renda.
Touro x Urso
Resultados ruins de grandes empresas pressionaram o Índice Bovespa para baixo de 59 mil pontos no início de fevereiro. O mercado vai passar os feriados aguardando os indicadores econômicos nos Estados Unidos e os balanços que serão divulgados na Quaresma.
Cartões
BRB fecha acordo com Global Payments
O Banco de Brasília (BRB) e a americana Global Payments, que faz processamento de transações eletrônicas para o comércio, criaram uma empresa para atuar em credenciamento de estabelecimentos comerciais para capturar, processar e liquidar transações com cartões de pagamento. A parceria também engloba a instalação e a manutenção de terminais eletrônicos de captura.
Varejo
Mulheres fazem a festa da Marisa
A Lojas Marisa, maior varejista de moda feminina e íntima do Brasil, tem motivos de sobra para comemorar a voracidade de compras de suas clientes no último trimestre do ano. No período, o lucro da rede foi de R$ 115,5 milhões, alta de 218% sobre 2011. O resultado trimestral representou quase metade do lucro anual, que foi de R$ 229,9 milhões, alta de 29,5% sobre o ano anterior. Após a divulgação dos números, os papéis da companhia fecharam em alta de 1,5%, cotados a R$ 33,48.
Destaque no pregão
Vale de ouro
A Vale anunciou, na terça-feira 5, que assinou acordo com a canadense Silver Wheaton Corp. (SLW) para vender 25% do extraído como subproduto da mina de cobre Salobo, no Pará, e 70% do ouro de suas minas de níquel em Sudbury, no Canadá. Inicialmente, a empresa do CEO Murilo Ferreira receberá US$ 1,9 bilhão em dinheiro pela transação. Mas, em uma eventual expansão das minas de Salobo, a companhia poderá receber novo pagamento em dinheiro.
Palavra de analista:
Segundo Karina Freitas, da corretora Concórdia, o pagamento inicial reforça o caixa e possibilita investimentos no curto prazo. “O negócio demonstra o sucesso da Vale, reiterando nossa visão positiva para suas ações, com recomendação de compra”, diz.
Mercado em números
Eletrobras
R$ 9,9 bilhões - Foi quanto a estatal do setor elétrico investiu em 2012, 80% do anunciado no começo do ano passado. Desse total, R$ 3,9 bilhões foram dedicados à construção das usinas do Complexo do Madeira e Belo Monte.
Embraer
R$ 6,4 bilhões - É a receita que a fabricante de aeronaves espera atingir em 2013, sendo 50% desse valor oriundo da venda de aeronaves comerciais.
Santos Brasil
R$ 270,2 milhões - Foi o lucro que a operadora de terminais portuários obteve em 2012, um aumento de 9,6% em relação ao ano anterior. A receita da companhia também subiu e bateu o recorde de R$ 1,29 bilhão no ano.
Coteminas
R$ 14,4 milhões - É o valor que a fabricante de tecidos deve pagar para adquirir quatro milhões de ações, por R$ 3,60 cada, em sua oferta pública de aquisição.
Cetip
60% - Foi quanto cresceu, em 2012, o estoque de Letras Financeiras (LFs) depositadas na maior câmara de ativos privados do País. O valor das Letras soma R$ 236,2 bilhões.
Pelo mundo
RBS leva multa de US$ 615 milhões
Além de ter que admitir que manipulou juros de referência no Japão, o Royal Bank of Scotland (RBS) terá de pagar uma multa de US$ 615 milhões às autoridades inglesas e americanas. “Reconhecemos que houve sérias falhas em nossos sistemas”, disse o presidente do conselho do RBS, Philip Hampton.
Oracle compra produtora de equipamento de rede
A Oracle comprou a Acme Packet, que produz equipamentos para acelerar a transmissão de voz, vídeo e dados, por US$ 2 bilhões. As ações da Acme, que teve receita de US$ 70,7 milhões no quarto trimestre, acumularam queda de 18% no ano passado.
Superlucro da Time Warner
O grupo de mídia Time Warner viu seu lucro trimestral aumentar 51% no quarto trimestre de 2012, para US$ 1,17 bilhão, ante o mesmo período de 2011. Os segmentos de filmes, entretenimento e redes de televisão a cabo mostraram o melhor desempenho e sustentaram o resultado.
Personagem
Alicerce forte no lucro da Mills
A Mills Engenharia viu suas ações quase dobrar de preço em 2012. O CEO Ramon Vazquez afirma que a empresa se beneficia por ser a única construtora voltada para a infraestrutura a ser negociada no pregão. Vazquez falou com a DINHEIRO:
Ramon Vazquez, CEO da Mills: ”Investimentos pesados”
As ações da Mills subiram 93,5% em 2012. Por quê?
Somos a única construtora dedicada à infraestrutura listada na Bovespa. O governo vem injetando grandes quantias nessas obras e por isso somos favorecidos. Quem percebeu isso de forma mais acentuada foi o investidor internacional, que negocia 80% das nossas ações.
A política da empresa é de manter o endividamento baixo. Qual a vantagem disso?
A nossa companhia tem 60 anos e sempre tivemos esse pensamento. No nosso negócio, quando se passa por momentos turbulentos, o endividamento baixo faz a diferença. Por isso, sempre temos como meta manter dívidas no máximo iguais à geração de caixa medida pelo Ebtida.
A Mills anunciou investimentos de até R$ 296 milhões em 2013. No que investir?
Temos um aumento da ordem de 16% em relação aos investimentos anunciados em 2012. Eles vão suprir nossas necessidades em equipamentos para obras de infraestrutura e elevadores para terrenos com grande declividade.
Para fazer esses investimentos, a Mills tem necessidade de novos aportes de capital?
Não. Investimos cerca de R$ 300 milhões ao longo dos anos para nos prepararmos para esse momento. Hoje participamos da construção de cinco hidroelétricas, entre elas Jirau e Belo Monte, em ferrovias e nos 12 estádios da Copa. Nos próximos cinco anos, o Brasil deve investir R$ 133 bilhões em portos e aeroportos, além do trem-bala.
A empresa participará do consórcio do trem bala?
Não estamos na execução da obra em si por não participarmos dos consórcios. Apenas alugamos equipamentos, prestamos assistência técnica, de projetos. Somos contratados por eles para fazer o escoramento de plataformas, lajes e formas para o concreto, o que acontece em qualquer obra que utilize cimento.
Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira