13/02/2002 - 8:00
Entre março e abril, uma nova marca irá despertar a atenção dos consumidores de telefones celulares. A bem da verdade, não será somente uma, mas duas marcas. É a Sony Ericsson, que surgiu em outubro do ano passado com a união das unidades de celulares das duas companhias. A empresa, que já conta com 40 funcionários no Brasil, irá debutar no mercado nacional com o lançamento de três aparelhos celulares este ano. Os produtos serão importados num primeiro momento, e depois fabricados no Brasil pela Flextronics, que já terceiriza a fabricação da Ericsson. Para que tudo comece, só falta as operadoras Telemar e TIM começarem a operar nas bandas D e E de telefonia. ?Será uma marca nova, mas que chegará acompanhada de dois avalistas de peso?, diz Aldo Moino, diretor de marketing da Sony Ericsson.
O novo nome surpreende por unir duas culturas totalmente diferentes. Na Sony Ericsson, cada uma das partes ficou com exatos 50% do negócio e na sede mundial, em Londres, todos os cargos principais foram divididos igualmente entre os de olhos puxados e os loiros altos. ?É o martelo do Thor com a espada do Samurai?, brinca Moino. A união de forças é uma maneira da Ericsson substituir um dos seus mais importantes pontos fracos, que foi responsável pelo crescimento estrondoso da finlandesa Nokia: o design. Com a experiência nipônica, a Ericsson deixará de lado seus aparelhos quadrados para adotar as curvas e cores que caracterizam as câmeras e os consoles de jogos da Sony. Além disso, os suecos também serão beneficiados com a estrutura de vendas dos japoneses. Do lado da Sony, a empresa terá um canal livre para se comunicar com as operadoras de telefonia e também irá desfrutar de uma fatia mais gorda do mercado. De 1% dos consumidores globais, a nova Sony passará a gozar de 11%. No Brasil, onde a Sony não fincou pé, a nova companhia começará com os 30% que hoje estão com a Ericsson.
Reviravolta. Os suecos aguardam a estréia das bandas D e E com ansiedade. Em primeiro lugar, as novas tecnologias poderão ser um convite para que os usuários voltem às lojas para trocar seus antigos aparelhos e, assim, reverter o quadro recessivo do ano passado. Em 2001, a retração dos investimentos das operadoras e o desaquecimento da economia mundial provocaram o recuo do mercado de celulares em 10% e levou à Ericsson a fechar o ano no prejuízo. Ao todo, 45 milhões de unidades foram vendidas, sendo que 3 milhões delas no Brasil. Para este ano, a companhia pretende voltar ao lucro com um novo equilíbrio entre os competidores. ?Este é um casamento espetacular?, diz Peter Kallberg, presidente da Ericsson no Brasil. ?Tenho certeza que vamos nos tornar líderes em aparelhos móveis de internet já em 2005.?