26/01/2010 - 13:39

VANTAGEM TRIBUTÁRIA: fundos de aposentadoria também atraem investidores de longo prazo que ainda não pensam em se aposentar
EM 2008, O MUNDO VIU ASSUSTADO OS Estados Unidos injetarem US$ 85 bilhões na AIG para evitar a quebra de uma das maiores seguradoras do mundo. Na sequência, a Holanda socorreu o banco ING, sócio da brasileira SulAmérica. A japonesa Yamato Life Insurance faliu e a Argentina decidiu estatizar a previdência privada. Diante de tantas más notícias, o leitor pode começar a duvidar se investir em planos de aposentadoria é uma boa ideia. No Brasil, com certeza é. O segmento é extremamente regulado e a Superintendência de Seguros Privados (Susep) fiscaliza, mês a mês, a saúde financeira e as reservas técnicas das empresas. Além disso, limita a aplicação dos recursos em renda variável em 49% e proíbe o investimento em ativos no Exterior e em derivativos. “A empresa de previdência privada é quase uma prestadora de serviço, nem tesouraria tem”, diz o diretor-executivo do Itaú Vida e Previdência, Osvaldo do Nascimento. “Se não tiver um bom desempenho, a Susep transfere a administração.”
Diante disso, os cuidados para contratar uma previdência privada são outros. O cliente precisa escolher um plano mais adequado para seu perfil e seu objetivo. O leque de produtos é variado, há muitas opções de aplicações e regras diferentes de dedução de impostos na hora do resgate. Por isso, apenas ler o contrato não é suficiente, é importante entendê-lo. Os dois principais produtos vendidos são PGBL e VGBL. A principal diferença entre eles é que no primeiro é possível deduzir até 12% da base de cálculo do Imposto de Renda, para quem faz a declaração completa. Nesse limite também entram as contribuições para a previdência oficial. Como o VGBL não tem essa vantagem, no momento do resgate o cliente só paga o imposto sobre o rendimento. Tanto o PGBL quanto o VGBL podem ser compostos por 100% de renda fixa (o mais seguro), como ter 15%, 30%, 40% e 49% de renda variável. Cruzando esses três pontos, existe um produto para cada pessoa. “O cliente tem que ter consciência que previdência é um investimento de longo prazo”, diz o superintendente de investimentos da Brasilprev, Marcio Barbosa Matos.

Na visão do gerente de acompanhamento empresarial da Caixa Vida e Previdência, Pedro Borges, a bolsa de valores sempre se mostrou um investimento atrativo para a previdência, porque em longo prazo é sempre um bom negócio. Ele sugere que os jovens que começam a poupar para a aposentadoria escolham um plano mais ousado, com 49% em renda variável. A medida que for se aproximando da data da aposentadoria, o cliente deve reduzir a exposição ao risco até que, em três ou quatro anos antes do resgate, esteja 100% em renda fixa. “Não são regras mágicas que podem ser aplicados a todos, porque as pessoas têm diversas formas de reagir ao risco”, explica Borges. Os planos de previdência também são atrativos para investidores de longo prazo, mesmo que não estejam pensando na aposentadoria, pelo diferencial tributário.