11/02/2015 - 0:00
Ligo a televisão e, ansioso que sou, não suporto aguardar os comerciais. Em vez de esperar os noticiários sobre esporte ou negócios – dois dos meus temas favoritos – pego meu laptop e busco as informações mais atualizadas na internet ou no YouTube.
No site de vídeos do Google, eu fico ansioso quando aparecem anúncios. Não vejo a hora de chegar os cinco segundos e clicar no link “pular o anúncio” para ir direto ao que me interessa (no meu caso, geralmente os gols do meu Palmeiras ou notícias e vídeos sobre negócios e política)
Esse comportamento está cada vez mais se tornando padrão e mudando a comunicação das empresas. As agências de publicidade, que tinham momentos de glamour com as milionárias campanhas de 30 segundos para a novela das 9, que na minha época eram das 8, precisam se adaptar a esse novo tempo.
Soma-se a esse cenário um consumidor muito mais consciente de seu papel na sociedade, demandando das empresas uma postura muito crítica em relação à transparência. Veja este vídeo abaixo, no YouTube, para você entender do que estou falando.
Neste vídeo, a diretora de marketing do McDonald´s do Canadá, Hope Bagozzi, responde a uma pergunta feita por uma consumidora sobre qual é a diferença entre um Big Mac de um anúncio e de um Big Mac comprado em uma loja. De maneira muito transparente, Hope mostra quais são as diferenças do que está por trás de um anúncio da maior rede de fast-food do mundo. Os consumidores atualmente não são mais alienados e cobram em diversas mídias um comportamento transparente das empresas.
Outro ponto importante é a nova geração chamada geração Y, conhecida também como os “millenials”, pessoas nascidas entre 1980 e 2000. Essa turma tem acesso a um volume monstruoso de informações, o que os faz mais contestadores.
O desafio para os gestores de marketing é como construir marcas neste contexto. Como balancear as necessidades da geração Y com meus leais consumidores que não pertencem a essa geraão? Quais são os atributos mais relevantes para esta nova geração que fazem diferença no processo de compra deste ”novo consumidor”?
A Millward Brown Vermeer, empresa que dirijo no Brasil e América do Sul, conduziu um estudo denominado Marketing 2020 com CEOs e CMOs do mundo inteiro, que mostra as principais tendências deste novo profissional de marketing nas organizações dentro das empresas.
O artigo na integra está no disponível em um artigo publicado na Harvard Business Review. Este artigo para mim é um verdade marco no marketing, e valida muitas das hipóteses que defendo no meu terceiro livro sobre branding.
Nesta obra faço as reflexões sobre este novo marketing e defendo um dos princípios que mais acredito: as marcas são ativos valiosíssimos de empresas, e existe uma demanda por estruturar um processo profissional de gestão deste ativo, balanceando-se a criatividade à ciência para preparar melhor nossas empresas para este novo contexto competitivo.
Nos próximos artigos deste blog, que estreia no site da revista DINHEIRO, vou sintetizar os principais pontos destes importantes estudos. A ideia é mostrar como algumas empresas e marcas globais e brasileiras se posicionam frente a essas tendências. O objetivo é abordar esses temas em uma linguagem clara, mas com a devida profundidade que merecem os leitores da DINHEIRO. Até o próximo artigo.