16/10/2002 - 7:00
Imagine poder criar, nas salas da universidade, as tecnologias que serão utilizadas pela multinacional IBM. Ou participar de um curso de administração em que os exercícios são tirados do dia-a-dia da fabricante Azaléia. Essas são apenas duas das centenas de possibilidades que a Unisinos ? universidade localizada em São Leopoldo, a 35 quilômetros de Porto Alegre ? vem oferecendo. Trata-se de uma das experiências mais ousadas em educação do País. A idéia é levar as empresas para dentro das salas de aula, colocando em prática o velho discurso da parceria entre o setor privado e o meio acadêmico. Não faltaram grupos interessados em fazer parte do projeto, que beneficiará 30 mil alunos, ao custo de R$ 35 milhões. O programa já atraiu gigantes como IBM, Azaléia, Accor e Gerdau. ?Não dava mais para a universidade ficar isolada do mundo?, explica Aloysio Bohnen, reitor da Unisinos.
O modelo não é exatamente pioneiro. Ele surgiu no Vale do Silício, região dos EUA que concentra empresas de tecnologia. Por aqui, a IBM se dispôs a fazer o mesmo. ?Nosso plano é estar em todos os cantos da universidade, do laptop dos alunos ao sistema magnético que dá acesso às salas?, diz Francisco Campos, diretor regional da IBM. Outra que está finalizando os detalhes para estrear no mundo acadêmico é o Grupo Accor. A empresa deverá construir um hotel dentro do câmpus, junto a um complexo de entretenimento com cinema e teatro. Na última semana, foi a vez do empresário Jorge Gerdau visitar a universidade. ?Estamos em negociação?, conta Teodoro Herzog, pró-reitor. Qualquer que seja o projeto, a Unisinos sabe que ter a Gerdau como professora vale muitos pontos no currículo.