A instabilidade política e as incertezas quanto à força do governo atual e às suas intenções para o setor de saúde está atrasando o desenvolvimento no Brasil do setor de biossimilares, os medicamentos cópias de remédios biológicos. A Orygen Biotecnologia, uma das duas joint ventures criadas por laboratórios brasileiros para desenvolver no País esse mercado, ao lado da Bionovis, aguarda definições mais firmes de como serão as compras governamentais, antes de iniciar a produção de seus produtos, diz o seu CEO, o inglês Andrew Simpson. A companhia, formada pela Eurofarma e pela Biolab, contava também em sua fundação com a participação da Cristália e da Libbs, que saíram para investir no nicho por conta própria. Em dezembro de 2016, a Libbs se tornou a primeira companhia brasileira a produzir biossimilares. “A Libbs foi muito corajosa em já construir a sua fábrica, porque as parcerias público-privadas ainda não foram assinadas”, diz Simpson. “Não digo que seja um investimento perigoso, mas dependendo do governo as definições podem mudar. Então, estamos entrando no mercado de vacinas, que é mais previsível.”

(Nota publicada na Edição 1000 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Luís Artur Nogueira e André Jankavski)