No mesmo momento em que o Brasil vê mais um escândalo envolvendo empreiteiras, a Justiça americana dá um exemplo de como tratar (e punir) crimes no universo corporativo. Na quarta-feira 23, a ex-secretária da Coca-Cola Joya Williams (foto) foi condenada a oito anos de prisão por tentar vender segredos da empresa à rival Pepsi, no ano passado. Williams, 42 anos, pretendia receber US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 3 milhões) para entregar os documentos com informações de um novo produto da Coca-Cola, conhecido como ?Projeto N?. A exfuncionária, que havia trabalhado como assistente administrativa do diretor global de marcas da multinacional, tinha uma dívida de US$ 45 mil no cartão de crédito e ?estava insatisfeita com a empresa?, segundo a promotoria.

O curioso dessa história é que a própria Pepsi, que iria receber as informações privilegiadas, alertou os executivos de sua concorrente para a tentativa de espionagem industrial.

A Coca, então, acionou o FBI, que gravou conversas incriminadoras sobre o caso. Joya tinha dois cúmplices no crime. Um deles, Ibrahim Dimson, pegou cinco anos de prisão e será obrigado a pagar uma multa de US$ 40 mil. A decisão para o outro colaborador do esquema, Edmund Duhaney, ainda não foi divulgada, mas ele já se declarou culpado. O trio ainda terá que desembolsar US$ 250 mil para pagamento de multas adicionais.