Papéis avulsos

 

A semana promete ser de grande expectativa para a Petrobras, já que o anúncio sobre o reajuste da gasolina e do diesel parece estar cada vez mais próximo. Mesmo sem uma data confirmada pelo governo, o mercado acredita que mudanças devem acontecer antes do fim do mês. A sinalização do aumento já mexe com os papéis da estatal. Até a quinta-feira 17, as ações ordinárias da empresa presidida por Graça Foster acumulavam alta de 2,61% em 2013, enquanto as preferenciais subiam 0,97%. 

 

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De acordo com relatório do Banco Espírito Santo (BES), que recomenda a compra para os papéis da companhia, um aumento do preço dos combustíveis é o principal catalisador para alavancar as ações da Petrobras. Segundo o analista Oswaldo Telles Filho, a diferença entre os preços cobrados no Brasil e os praticados internacionalmente teve um impacto negativo de R$ 15 bilhões nas receitas da petrolífera em 2012. “Reduzir a diferença e, consequentemente, aumentar as receitas seria o efeito mais importante de um reajuste”, afirma Telles Filho. Para ele, um aumento de 6% na tabela seria viável neste momento.

 

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Frigorífico


Marfrig engorda caixa em US$ 600 milhões

 

O frigorífico Marfrig anunciou, na quinta-feira 17, a captação de US$ 600 milhões com a emissão de bônus com vencimento em julho de 2017. Segundo a empresa, a demanda ultrapassou em mais de dez vezes o montante inicial, chegando a mais de US$ 3,5 bilhões. Os juros ficaram em 9,87% ao ano, a serem pagos semestralmente. Com a notícia, os papéis da companhia subiram 7,11%, fechando cotados a R$ 9,64. 

 

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Touro x Urso

 

Na semana, mercado doméstico estará de olho no possível anúncio de aumento dos combustíveis e na Ata do Copom. Pelo mundo, atenção aos balanços nos Estados Unidos e aos dados econômicos na Europa.

 

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Quem vem lá


Vix Logística pisa no freio

 

A Vix Logística, do Espírito Santo, freou seus planos de abrir o capital na Bolsa de Valores ao enviar, na terça-feira 15, o pedido de cancelamento de registro para a abertura à Comissão de Valores Mobiliários. Segundo a empresa capixaba, que pretendia captar R$ 600 milhões, as “condições desfavoráveis do mercado de capitais colocaram os planos em espera”.

 

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Aviação


O voo das ações da Embraer

 

O início da semana parecia promissor para as ações da Embraer. Na segunda-feira 14, os papéis da empresa subiram 3,46%, logo após ela anunciar que elevou sua carteira de pedidos para US$ 12,5 bilhões em dezembro, além de fechar a venda de 20 aeronaves E-Jets para uma empresa irlandesa. Mas o voo foi curto. Ao longo da semana, as ações devolveram os ganhos e fecharam, na quinta-feira, cotadas a R$ 14,12, 4,14% abaixo da maior cotação do ano: R$ 14,73, registrada no primeiro pregão de 2013.

 

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Destaque no pregão


Acordo entre São Carlos e EzTec anima investidores

 

A São Carlos Empreendimentos adquiriu, da EzTec, uma torre no empreendimento comercial Ez Towers, em fase de construção em São Paulo. O negócio movimentou R$ 564 milhões e chamou a atenção dos investidores. Na quarta-feira 16, as ações da São Carlos, presidida por Felipe Góes, fecharam em alta de 3,1%, enquanto os papéis da EzTec, dirigida por Silvio Ernesto Zarzur, subiram 2,3%. O acordo prevê um pagamento inicial de R$ 56,4 milhões e uma parcela de R$ 82,6 milhões a ser paga na data de entrega da torre. Adicio­nal­mente, a São Carlos vai assumir uma dívida de R$ 425 milhões, correspon­dente ao financia­mento do empreendi­mento. 

 

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Palavra de analista:

Segundo Karina Freitas, da corretora Concórdia, a notícia é positiva para as duas empresas. Para a Eztec, por reforçar o seu caixa e permitir a captação de recursos para a construção da Torre B do empreendi­mento. Já para São Carlos, o imóvel agregará receita ao seu portfólio

 

 

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Mercado em números


Copasa

R$ 1,05 bilhão – É o montante que a empresa mineira de saneamento programa investir em 2013, um avanço de 23,5% frente ao anúncio feito em 2012. 

 

Fibria

R$ 480 milhões - É o valor estimado do investimento que a empresa de papel e celulose deve fazer, junto com sua sócia Cenibra, para duplicar o porto de Portocel, no Espírito Santo.

 

Cyrela 

R$ 150 milhões – É o volume de recursos que a construtora pretende captar com a terceira emissão de debêntures simples, com vencimento em 60 meses. Cada título ofertado custará R$10 mil. 

 

Eletrobras

R$ 146 milhões - É o valor que a subsidiária Eletrosul Centrais Elétricas pagou à Cymi Holdings, por 49% das ações da Artemis Transmissora de Energia.

 

Aliansce

R$ 58,3 milhões - Foi o aumento de capital promovido pela administradora de shopping centers, na segunda-feira 14, após emitir 2,5 milhões de ações, ao valor unitário de R$ 23,50. 

 

 

 


Pelo mundo


BlackBerry 10 faz ações da RIM dispararem 

 

A expectativa dos investidores sobre o lançamento do BlackBerry 10, previsto para 30 de janeiro, fez disparar as ações da fabricante canadense Research In Motion (RIM) dispararem. Na segunda-feira 14, os papéis da empresa subiram 10,5%.

 

 

 

 

Susto da Apple

 

A notícia de que a Apple cortou pela metade os pedidos de componentes do iPhone 5 fez as ações da companhia serem negociadas abaixo dos US$ 500 na segunda e na terça-feira, o que não acontecia há quase um ano. No entanto, na quarta-feira 16, as ações se recuperaram e fecharam em alta de 4,15%, cotadas a US$ 506,09.

 

 

 


Bônus pela metade

 

Apesar do lucro recorde do J.P Morgan em 2012, o conselho de administração do banco cortou o bônus do seu executivo-chefe, Jamie Dimon, pela metade. A justificativa foi a perda de US$ 6,2 bilhões em operações de corretagem em Londres. Com o corte, no lugar dos US$ 23 milhões recebidos em 2011, Dimon levou, apenas, US$ 10 milhões.

 

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Personagem


Diversificação na Tegma

 

A Tegma Logística é conhecida por transportar veículos para as montadoras instaladas no País. Contudo, Gennaro Oddone, CEO da transportadora, diz que a tendência é de mudanças e o transporte de produtos ligados ao comércio eletrônico terá cada vez mais espaço em suas carrocerias. 

 

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Gennaro Oddone, CEO: ”Empresa quer reduzir endividamento

de curto prazo”

 

A principal receita da Tegma ainda é o transporte de automóveis?

Sim, hoje esse tipo de transporte responde por 63% da receita, embora a logística integrada, que faz coleta, armazenagem e distribuição do produto para o consumidor final, ganhe espaço, principalmente no setor de comércio eletrônico. Isso começou após a aquisição de 80% da Direct Express, em 2011, por R$ 77 milhões. Essa empresa é especializada nesse tipo de transporte e possui clientes como Submarino, Americanas.com, Saraiva.com e Netshoes, entre outros. A meta é que, em até quatro anos, o percentual de logística integrada salte de 27% para 50% da receita. 

 

Isso significa que a Tegma deixará o transporte automotivo em segundo plano?

Não. Estamos de olho nas novas montadoras que devem chegar ao Brasil, como a Jac Motors, na Bahia. Vale ressaltar que já transportamos os recém-chegados HB20, da Hyundai, e o Etios, da Toyota, para cerca de 100 concessionários no País. 

 

Para atender às novas fábricas, será necessário expandir a empresa para outros Estados?

A meta é atender a 100% dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Depois disso, vamos expandir para o Sul e Nordeste. Já inauguramos 90 centros de distribuição, da meta de 110 estipulada há dois anos. Agora, é a fase de ajuste. Só faremos aquisições que gerarem sinergias operacionais ou territoriais.

 

Quase metade do endividamento da empresa é de curto prazo. A Tegma pretende alongar os prazos de vencimento?

Hoje, o endividamento bruto da Tegma é de R$ 293,6 milhões e boa parte disso vence no curto prazo, sendo que alguns títulos vencem nos próximos meses. Por isso, faz sentido alongarmos os prazos com emissão de debêntures. Já estamos fazendo roadshow e devemos concluir a operação no fim de fevereiro. A pretensão é captar R$ 200 milhões, em duas séries.

 

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Colaborou: Fernando Teixeira