23/02/2001 - 7:00
Quem gosta de acompanhar o mundo dos negócios certamente já ouviu falar do empresário Roberto Baumgart, dono dos shoppings paulistas Center Norte e Lar Center, de um hotel com a bandeira Novotel e da Otto Baumgart, do setor químico. Já quem não perde as notícias de celebridades sabe de quase todos os passos que a socialite Yara Baumgart, mulher de Roberto, costuma dar. O que pouca gente sabe é que a paixão de Yara não são as festas e badalações. Apesar de gostar de receber os amigos nos jardins da mansão que a família tem no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo, o que mais a entusiasma é a vida empresarial. Hoje ela já está entre os principais investidores da área de saúde e beleza de São Paulo. Há dez anos ela é dona da clínica de medicina preventiva Kiron e no dia 13 de março abrirá a primeira filial. Para isso, está investindo R$ 1,5 milhão. E não pára por aí. Em abril vai lançar uma linha de produtos, como óleos de massagem, sais e perfumes com a marca Kiron. A empresária vem se saindo tão bem que o marido até arrisca um palpite. ?Roberto diz que eu vou ganhar tanto dinheiro que ele vai poder até se aposentar?, brinca Yara.
A empresária vem trabalhando bastante para que a previsão do marido se confirme. Em 2001, com a abertura da segunda unidade, a receita da Kiron deve passar de R$ 2,9 milhões para R$ 4 milhões. ?Quero triplicar o movimento no ano que vem e recuperar o investimento em três anos?, prevê. O ponto comercial, de 700 metros quadrados, foi escolhido a dedo: o Shopping Iguatemi, freqüentado pelo pessoal endinheirado de São Paulo. A negociação, é claro, teve alguns momentos de tensão e levou seis meses até a assinatura do contrato. Tanto cuidado se justifica. Apesar de ter sido convidada pela direção do shopping, Yara irá se instalar no domínio da concorrência. O Iguatemi pertence ao clã dos Jereissati, adversário da família Baumgart no mercado imobiliário.
Com a vida que tem, Yara nem precisaria sair da beira da piscina ou dispensar tardes de chá com as amigas. Mas ela faz questão de participar de tudo. Chega de manhã no escritório no bairro do Itaim, zona sul de São Paulo, e só sai depois de dar conta de todas as tarefas. Apenas o pai Waldemar Rossi, de 93 anos, e Cristina, a filha mais velha, participam de algumas das decisões. E quem disse que os ricos não gostam e não sabem pechinchar? Ativa, bem-humorada e falante, ela não abre mão nem mesmo dos momentos de tensão em uma negociação de preço. ?Sempre aparece quem queira se aproveitar do meu nome, mas é fácil perceber quando isso acontece. Não sou boba. Pesquiso muito antes e negocio até o fim?, afirma. Essas barganhas, em muitos casos, não resultam em uma economia de alguns centavos, mas de muitos reais. Todos os aparelhos estéticos são importados e há modelos que custam mais de US$ 100 mil.
A clientela da Kiron – curiosamente formada por 50% de homens – encontra massagens terapêuticas, tratamento contra celulite até cirurgias plásticas. Para atender ao exigente público, que vai de personalidades a políticos e figuras estressadas do mercado financeiro, Yara costuma viajar algumas vezes por ano para países como Estados Unidos, Alemanha e França atrás dos últimos lançamentos. Mas as viagens preferidas são para o Oriente, onde vai conhecer técnicas de massagem e relaxamento. Antes de oferecer os tratamentos para os clientes, tudo é testado pessoalmente pela empresária. Além das duas clínicas, Yara ainda acha tempo para uma galeria de arte da qual é sócia. E imagina-se um dia dona de um spa. ?Não tenho pressa. O segredo é ir passo a passo nos negócios?, ensina Yara.