29/09/2000 - 7:00
Das janelas do escritório da Alcoa América Latina, multinacional americana que fatura US$ 1,5 bilhão por ano, avistam-se inúmeras favelas da periferia da zona sul de São Paulo. Mas seus executivos e funcionários não são indiferentes à vida e aos problemas da vizinhança. Justamente por esta preocupação, ganha forma uma minifazenda no bairro Jardim São Luís, a poucos quilômetros do Centro Empresarial, endereço da sede da Alcoa. É local para a educação ambiental e o lazer de crianças, adolescentes carentes e idosos da região, que têm a possibilidade de aprender a plantar árvores, cultivar o solo e alimentar animais. Um projeto que levou a fabricante de alumínio a envolver-se com vacas, cabritos e muita horta. A vice-presidente do Instituto Cultural e Filantrópico Alcoa, Suzana Bernard Sheffield, é recebida com festa, pela garotada, a cada visita. O empreendimento é administrado pela Fundação Julita, uma ONG, mas a Alcoa banca as obras. Suzana anunciou, recentemente, a liberação de US$ 26 mil para a drenagem de água do terreno da minifazenda. ?A fazendinha atende nosso objetivo de envolver os funcionários nas ações comunitárias?, conta Suzana. ?Por ser aqui perto, muitos podem participar de suas atividades e até ensinar, com seus conhecimentos profissionais, a garotada.? Em dez anos de atuação, o Instituto já investiu US$ 13 milhões em 500 projetos sociais desenvolvidos ao lado das fábricas ou escritórios por todo o País.
De Poços de Caldas (SP) a São Luiz (MA), escolas, quadras de esportes e equipamentomédicos são construídos, reformados ou doados pela Alcoa. As ações no Brasil seguem a mesma orientação da Alcoa Foudation, com sede na Pensilvânia, nos Estados Unidos. É lá que o grupo nasceu com a preocupação de compartilhar com os trabalhadores a solução para os problemas da comunidade. ?Os funcionários devem se sentir como parte dos projetos?, conta Suzana. Outra regra exigida pela Alcoa para financiar um projeto é a presença de parceiros, sejam ONGs, prefeituras ou outras empresas. ?Não existe concorrência na área de relações comunitárias?, ensina Suzana. ?Neste ponto, quanto mais gente estiver envolvida melhor.?