09/02/2005 - 8:00
Uma pulseira amarela de borracha que nasceu para ajudar os doentes com câncer virou peça de moda. O LiveStrong, eis o nome da peça, brotou no braço do ciclista Lance Armstrong, cinco vezes campeão do Tour de France. Armstrong venceu uma metástase que começou nos testículos. Criou uma fundação e, para alimentá-la, lançou o bracelete, vendido a 1 dólar nos EUA. Deu-se o fenômeno da transformação fashion ao aparecer nos pulsos de celebridades. A lista é grande: Angelina Jolie, Robin Willians, Bono Vox, Sheryl Cow, John Kerry e até o presidente George W. Bush. O amarelo é uma referência à camisa usada pelo líder da competição francesa, o badalado ?Maillot jaune?. A idéia pegou e, do fim do ano passado para cá, já foram vendidos 20 milhões de unidades da traquitana de silicone, produzida pela Nike.
O acessório, que de longe parece uma fita do Senhor do Bonfim, já deu cria. Existem diversas variações, com diferentes cores e motivos: azul e branco para ajudar as vítimas do Tsunami, rosa para combater o câncer de mama e vermelho para lembrar o ataque terrorista de 11 de setembro. E, claro, resultou também em pirataria deslavada.
?Além de ter design bacana, é o tipo de idéia que marca época?, diz a colunista e consultora de moda Erika Palomino. ?Quem sabe do que se trata identifica a pessoa com a pulseira como um sujeito cool?. Na cola da procura maciça, o tom de benemerência perdeu sentido, e há quem pague mais por deslumbramento. Uma rápida busca pela internet permite descobertas curiosas: no site oficial da Fundação Lance Armstrong (www.laf.org), compra-se um pacote com 10 unidades por US$ 21,50, incluindo o frete para o Brasil. São R$ 6 por pulseira, aproximadamente. Há, ainda, sites brasileiros vendendo a unidade por R$ 35. É a inflação da boa vontade.