A chamada Geração Y, formada pelos nascidos entre 1980 até meados dos anos 2000, vivenciou, como nenhuma outra faixa etária, rápidas mudanças tecnológicas. Computadores, internet, smartphones, tablets, entre outros dispositivos, fazem parte da infância e da adolescência desse pessoal. É de se esperar, portanto, que seu comportamento no trabalho tenha sido moldado por essas facilidades, especialmente no que diz respeito à comunicação. A chegada desses jovens ao mercado de trabalho provocou, nas empresas, uma revolução. Aqueles jovens cheios de ideias, com quase nenhum respeito por hierarquias, parecia querer conquistar o mundo em uma semana. 

Para eles, pior do que ser demitido, era não ser ouvido. Integrar essa geração ao ambiente de trabalho está sendo um desafio para as empresas certificadas pelo Top Employers Institute. Na construtora Cyrela, por exemplo, esse processo provocou até mudanças culturais. “A empresa ouvia e falava muito pouco”, afirma Renata Moura, diretora de RH. “Houve uma mudança cultural e, hoje, todo mundo é ouvido e há uma política de feedback.” A estratégia ganhou até um slogan: ideias antes da hierarquia. Os jovens são incentivados a apresentarem projetos.

A companhia também instituiu um sistema para registrar elogios. Cada funcionário recebe uma cartela com bilhetes que podem ser entregues a qualquer colega. Isso aumenta o sentimento de comunidade na empresa, algo que a nova geração, que aprendeu a estar sempre conectada nas redes sociais, valoriza muito. As empresas de tecnologia, em particular, precisam lidar com essa questão de forma mais intensa, já que, naturalmente, elas atraem jovens. No último programa de trainee da coreana Samsung foram mais de 22 mil inscritos para apenas 14 vagas.

Isso se deve não só à força da marca da companhia, mas também a programas bem estruturados para os jovens. “Ele tem a possibilidade, no seu primeiro ano, de trabalhar em um projeto muito bem detalhado”, afirma Francisco Cuesta, diretor de recursos humanos da empresa. “É um projeto estruturado, mas flexível, caso contrário, o jovem pode perder o interesse.” No SAS, empresa de softwares de inteligência, o que atrai a nova geração é a autonomia. “Nós confiamos nas pessoas, por isso damos autonomia para trabalharem”, afirma Márcio Dobal, vice-presidente da empresa na América Latina. “É mais fácil controlar alguém que está indo depressa demais, do que tentar empurrar aquele que está parado.”

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