20/04/2011 - 21:00
Dilma Rousseff fez um verdadeiro “arrasta quarteirão” comercial com resultados inéditos junto ao parceiro chinês. Nenhum analista foi capaz de prever tamanho desempenho.
Na estreia como mascate do produto “Made in Brazil”, Dilma conseguiu vender de tudo: aviões, manufaturados, carne e derivados, além de seduzir portentos empresariais para investir pesado no País.
A sinalização do gigante Foxconn de que injetará aqui cerca de R$ 20 bilhões para produzir os tablets da Apple serviu como grande apoteose de um show que incluiu inúmeros outros acordos na área tecnológica.
As chinesas ZTE e Huawei, por exemplo, aproveitando a oportunidade da visita, anunciaram investimentos de R$ 316,1 milhões e R$ 553,2 milhões, respectivamente, em projetos de produção no interior de São Paulo.
Em um comunicado com dez páginas e 29 itens, o governo da China ainda se comprometeu a estimular o aumento da importação de manufaturados brasileiros.
A Embraer, que há anos mantinha uma fábrica naquele país, com baixo rendimento e poucas encomendas locais – chegando inclusive a cogitar o fechamento da unidade – , recebeu de uma só vez mais de US$ 1,5 bilhão em pedidos de compra de jatos.
Serão 35 aviões do modelo E-190 comercializados ao preço de US$ 43,2 milhões cada um para dois grupos empresariais chineses. Soja, minério, carnes – a lista de mercadorias negociadas é extensa e variada. Naturalmente, a demonstração entusiasmada de interesse da China no Brasil vem embalada por objetivos políticos.
O maior deles é o de reagrupar a força dos emergentes no tabuleiro das potências globais. O presidente Obama esteve recentemente no Brasil com o claro intuito de seduzir o País para as suas trincheiras.
Mas não ofereceu nada em troca, além de sorrisos e gentilezas. Os chineses, que estão se transformando em protagonistas do crescimento mundial, decidiram ir além e apresentaram propostas de fato.
Nesse contexto não se pode diminuir a importância da gestão diplomática realizada por Dilma. Calculadamente, ela levou na viagem uma gigantesca comitiva, com 300 empresários, para tratar de negócios. Era a pauta número 1 dos encontros.
Lá, ela destravou transações comerciais que estavam emperradas havia anos, cobrou reciprocidade nas relações bilaterais e saiu com um saldo de contratos de fazer inveja a qualquer chefe de nação do planeta.