01/06/2005 - 7:00
As duas revolucionaram o modo de fazer negócios. Quebraram barreiras e preconceitos em busca do sucesso. Transformaram uma bebida borbulhante em um ícone do consumo de luxo. Uma delas, a madame Barbe Nicole Ponsardin, assumiu o comando da empresa quando o seu marido morreu. A outra, Cécile Bonnefond, de 49 anos, tomou as rédeas da companhia depois de passar pelos mais altos cargos executivos de gigantes como Danone, Kellogg e Sara Lee. O que as separam? Duzentos anos de história. O que as une? O comando da lendária fabricante de champanhes Veuve Clicquot. ?Ocupar a posição que pertenceu a viúva Clicquot é uma honra?, disse Cécile Bonnefond, presidente mundial da Veuve Clicquot, à DINHEIRO. ?Ela foi uma excelente mulher de negócios, obsessiva pela qualidade e inovação?, diz Cécile, que esteve no Brasil na semana passada. E isso não é conversa. Se o frei Dom Pérignon criou a champanhe, a viúva Cliquot a reinventou. Em 1816, ela desenvolveu a remuage, o processo pelo qual retira-se os sedimentos da champanhe tornando-a mais cristalina. Todos seguiram seus passos.
Hoje, a empresa é um mito entre os amantes da bebida de Baco. ?Ela é uma instituição francesa?, diz Arthur Azevedo, diretor da Associação Brasileira de Sommelier de São Paulo. Produz cerca de 10 milhões de garrafas por ano e pertence ao conglomerado de luxo Louis Vuitton Moët Hennessy, com faturamento de 12,6 bilhões de euros. Ao seu lado, no grupo, encontram-se marcas como Mercier, Moët Chandon e outros rótulos que respondem por 2,28 bilhões de euros. A parcela do Brasil neste bolo é ainda muito pequena. Mas se depender de Cécile o País terá um papel fundamental para a Veuve Clicquot. ?Estamos organizando várias ações de marketing para aumentar nossa participação no mercado brasileiro?, diz ela. São jantares, degustações e brindes como taças para quem comprar uma garrafa. A tarefa, contudo, não é fácil. O consumo per capita no Brasil é de 0,2 litros por ano. Na França é de 1,1 litro. Além disso, um exemplar Veuve Clicquot custa de R$ 190 a R$ 800. É, portanto, um produto para os paladares mais endinheirados. 
