06/12/2013 - 21:00
Assim como um técnico de futebol, que estuda cuidadosamente o adversário e prepara sua equipe para fazer bonito em campo, quem quer garantir uma aposentadoria vitoriosa também precisa de muita estratégia e paciência. Um plano de previdência privada oferece benefícios crescentes no longo prazo, ou seja, quanto antes você começar a contribuir, melhor. “A combinação entre um longo tempo de contribuição com a rentabilidade de um patrimônio crescente reduz o esforço de quem começar antes”, afirma Ângela de Assis, diretora de produtos e operações da BB Seguridade.
Tétouan, Marrocos: país que participou pela primeira vez de uma Copa, em 1970, será sede
do mundial de clubes, neste mês. O Brasil vai ser representado pelo atlético mineiro
Outra questão fundamental é saber qual é o seu perfil de investidor. “Investidores mais jovens e mais resistentes ao risco podem alocar uma parcela maior de seus recursos em renda variável, ao passo que aqueles com perfil mais conservador devem destinar mais à renda fixa”, diz Lúcio Flávio de Oliveira, presidente da Bradesco Vida e Previdência. Segundo ele, é importante saber qual modalidade de aplicação é mais adequada à sua realidade e definir o prazo que se propõe a aplicar.
Essa informação é fundamental para a escolha do regime de tributação, se progressiva compensável ou se regressiva definitiva. O planejamento também afeta o perfil de risco. “Se você começa a poupar cedo, pode arriscar mais em busca de melhores rentabilidades”, diz Bruno Hoffmann, gerente comercial da Icatu Seguros. Segundo ele, a vantagem é que os fundos se sofisticaram e estão mais flexíveis. “Se você optar por uma modalidade agressiva e perceber que não aguenta ver a volatilidade do fundo, pode mudar sua estratégia”, diz. Na hora de escolher um plano de previdência privada, o investidor deve observar com cuidado as taxas de administração e de carregamento cobradas pelo fundo.
“É necessário comparar as taxas cobradas, tanto nas contribuições quanto no momento do resgate, com as demais opções disponíveis no mercado”, diz Richard Vinhosa, CEO de Vida & Previdência da Zurich Seguros. “Nem sempre a taxa mais baixa significa ter um fundo com desempenho melhor”, diz. O ano de 2013 foi difícil para a previdência privada. Segundo a avaliação do sistema Economática, nenhum dos fundos abertos superou a rentabilidade dos juros de mercado. Esse panorama não deve mudar muito. “Trabalhamos com um cenário próximo ao observado em 2013 e não identificamos nenhuma mudança iminente que possa influenciar decisões ou alterar objetivos”, diz Oliveira, da Bradesco Vida e Previdência.
No caso bastante provável de o Brasil manter o atual cenário de elevação da taxa de juros, os investimentos em renda fixa devem se tornar mais atraentes. Já as carteiras com maior participação em renda variável deverão sofrer alguns solavancos no curto prazo. No entanto, essa é uma das maiores vantagens oferecidas pelas aplicações em previdência privada. Dado o prazo longo das aplicações, o investidor pode se dar ao luxo de amargar um ou dois anos de retornos magros, tendo em vista uma boa rentabilidade futura.
Os fundos de previdência estão mais flexíveis
e tornam mais fácil para o investidor ajustar sua estratégia
O mercado deverá trazer algumas mudanças. Vinhosa, da Zurich, diz acreditar que a oferta dos produtos de previdência privada continuará sendo a melhor alternativa para quem busca uma poupança de longo prazo em virtude da vantagem fiscal – se mantiver seu dinheiro aplicado por mais de dez anos, o investidor pagará apenas 10% sobre o rendimento. Segundo ele, a expectativa do setor são produtos voltados ao seguro-saúde. “Devem surgir novas modalidades de plano, como os PGBL e VGBL Saúde, que visam a garantir o pagamento dos gastos com saúde do indivíduo no futuro.”