ELES SÃO LEVES, PESAM em torno de um quilo e cabem em qualquer lugar. Têm um design moderno e tela de até 10,2 polegadas. Conhecidos como netbooks, possuem as principais funções de um notebook convencional, mas com capacidade de processamento e armazenamento menores. O nome, aliás, vem daí. Foram inicialmente criados para o acesso à internet e para a produção de pequenos textos. Ganharam performance, mas sua vantagem continua a mobilidade e não a robustez técnica. Apesar disso, a diferença de preço por aqui entre o míni e o comum é quase inexistente. Mas isso não tem impedido que façam sucesso. Tanto que a Positivo Informática criou uma linha só de ultraportáteis e esses computadores já representam entre 15% e 20% de suas vendas de notebooks. Outras fabricantes também já despertaram para esse mercado. A CCE afirma que as principais lojas de varejo do País irão receber o seu WinBook ainda neste início de dezembro. Modelos com as marcas Dell, Lenovo e Asus chegam em 2009.

O foco dos netbooks são os estudantes e executivos que passam grande parte do tempo fora do escritório. “Pela facilidade de mobilidade, eles se tornaram o segundo notebook ou PC de muita gente”, conta Luciano Crippa, analista da IDC. O modelo, no entanto, não substitui o computador titular de uma pessoa. Porém, irão roubar uma parcela da venda de notebooks, que no ano passado ultrapassou a marca de 1,5 milhão de unidades comercializadas. O teclado é menor e causa desconforto em digitações mais longas. Não possuem drives embutidos, só entrada USB. Além disso, a capacidade de memória é baixa e inviabiliza o armazenamento de arquivos pesados. Lá fora, os netbooks são a grande sensação, em função do preço. Grande parte das fabricantes de computador já possui o seu. Por isso, é possível encontrar modelos por US$ 300. Segundo a consultoria Gartner, serão vendidos já neste ano 5,2 milhões de unidades no mundo. Em 2012, as vendas devem chegar aos 50 milhões. Segundo o instituto de pesquisa, até o final do ano, este segmento representará 6% do total de venda de computadores portáteis. Para 2009, a previsão é de que atinja 10% no mundo. Por aqui, no entanto, o desempenho do produto esbarra no alto custo. A única família do ultraportátil de fabricação nacional é da Positivo. A fabricante oferece nove modelos que variam de R$ 999 a R$ 1.899. Outros produtos comercializados no País são importados e saem em média por R$ 1,5 mil. Hoje existem notebooks no mercado pelo mesmo valor.

A briga pelo mercado nacional dos ultraportáteis deve esquentar já nos próximos meses. E, por conseqüência, os preços prometem cair. A primeira a se lançar no mercado deve ser a CCE. O WinBook que tem tela de LCD de 10.2″ e pesa 1,2 quilo custará R$ 1,5 mil. Procurada, a Dell não quis se pronunciar. Mas DINHEIRO apurou que ela será a próxima, já no início de 2009. A data exata e o preço ainda não foram divulgados. As asiáticas Lenovo e Asus virão na seqüência. Ambas devem produzir seus modelos no Brasil para tornálos mais competitivos. “Com a alta do dólar e as vantagens fiscais que o governo brasileiro oferece, esse é o caminho mais fácil para ganhar mais mercado por aqui”, afirma Bernado Tinoco, analista da Gfk Marketing Services Brasil. E, mesmo com a chegada iminente da concorrência, a Positivo diz não temer a perda de seu reinado. “Desde março as empresa têm anunciado sua entrada no Brasil. No entanto, continuamos os únicos fabricantes nacionais”, disse César Aymoré, diretor de marketing da Positivo. “Ninguém tem a escala e o conhecimento de mercado que temos. Vamos manter a liderança também dos netbooks”, acrescenta Aymoré. Apesar de a guerra pela preferência do consumidor começar em 2009, Crippa acha que, no Brasil, os netbooks só atingirão seu auge em 2010.