21/03/2018 - 16:40
A portuguesa Filipa Pato poderia ser “apenas” a filha de Luis Pato, o competente e simpático enólogo que soube “domar” a rústica baga. Mas Filipa queria mais do que se formar em enologia e um dia assumir os vinhedos da família, na Bairrada. Independente, ela foi estudar no exterior, fez estágios em vinícolas na Argentina, Austrália e Bordeaux. Enfim, correu o mundo conhecendo vinhos e a maneira de cada enólogo vinificar. Casou com um sommelier belga, o também simpático William Wounters e, juntos, o casal criou sua própria vinícola, que leva o nome dos dois.
A proposta é elaborar vinhos autênticos, sem maquiagem, como a enóloga gosta de chamar. Isso pode ser traduzido como brancos e tintos que respeitam e expressam o lugar onde são plantados São cultivados de acordo com a filosofia biodinâmica desde 2014. Nos vinhedos, o foco são nas variedades autóctones, como a tinta baga e as brancas bical, arinto, cercial e maria gomes.
Filipa começou a ser conhecida pelo seu espumante, batizado de 3B. O nome foi escolhido por ser um vinho da Bairrada, elaborado com a variedade baga e bical, daí os três “b”. Mas os vinhos de Filipa não se resumem às borbulhas. Ela tem um branco de muita personalidade, o Nossa Calcário, e um tinto ousado, com a baga vinificada em ânforas, o Quercus, entre outros rótulos. No Brasil, os vinhos da Filipa são importados pela Porto a Porto e pela Casa Flora.