03/08/2021 - 2:55
Uma equipe internacional de geólogos e geofísicos surpreendeu o mundo ao divulgar que a Islândia pode ser a ponta de um continente submerso. Na verdade, afirmam que o território é o último remanescente exposto quase do tamanho do Texas, afundado há 10 milhões de anos no Oceano Atlântico.
Eles apontam que essa teoria explica o porquê de algumas características geológicas do oceano e da terra crosta abaixo da Islândia serem mais espessas do que realmente deveriam ser. Outros especialistas disseram ao Live Science que permanecem céticos sobre a ideia da Islândia ser a ponta de um continente submerso, e aguardam mais informações.
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“A região que tem material continental por baixo se estende da Groenlândia à Escandinávia”, disse Gillian Foulger, principal autor de “Islândia”, um capítulo do novo livro “Nas pegadas de Warren B. Hamilton: Novas ideias nas ciências da Terra” (Geological Society of America, 2021) que descreve a nova teoria. “Parte dela no oeste e no leste agora afundou abaixo da superfície da água, mas ainda está mais alta do que deveria. Se o nível do mar caísse 600 metros [2.000 pés], veríamos muito mais terra acima superfície do oceano”, disse Foulger.
“A região do Atlântico Norte foi uma terra totalmente seca que constituiu o supercontinente de Pangeia, cerca de 335-175 milhões de anos atrás”, completou ele. Os geólogos pensam que quando a Pangeia começou a se fragmentar, formou o Oceano Atlântico Norte, acima de uma pluma vulcânica. Entretanto, Foulger e sua equipe tem uma outra teoria, já que acreditam que a Islândia pode ser a ponta de um continente submerso.
Segundo ele, os oceanos se formaram ao sul e ao norte (não ao oeste e leste) da Islândia, assim que a Pangeia se separou. Com isso, as áreas a oeste e leste ficaram conectadas, ao que hoje são conhecidas como Groenlândia e Escandinávia.
“Muitos têm essa ideia simplista de que uma placa tectônica é como um prato de jantar: ela simplesmente se divide em duas e se separa. Mas é mais parecido com uma pizza ou uma peça de arte feita de materiais diferentes. Ou seja, um pouco de tecido aqui e alguma cerâmica ali, de forma que diferentes partes tenham diferentes resistências”, explicou Foulger.
“Quando consideramos a possibilidade de que essa crosta espessa seja continental, nossos dados de repente fizeram sentido”, disse ele em um comunicado. “Isso nos levou imediatamente a perceber que a região continental era muito maior do que a própria Islândia. Sendo assim, ela é a ponta de um continente submerso”.
Este conceito vai contra as maiores teorias sobre a formação da região do Atlântico Norte, assim, há centenas de geofísicos e geólogos contra a ideia. E aí, será que Foulger e sua equipe conseguirão convencer de que estão certos? Aliás, eles estão certos?