12/06/2002 - 7:00
Ele não entende nada de futebol. Seus dribles são desajeitados e o porte físico não lembra o de um jogador profissional. Mas, acreditem: o americano John H. Jaszek fez um gol de placa digno de um craque do mundo empresarial. Com um esquema tático que envolve uma maciça distribuição em pontos de venda, produtos inovadores e reconhecimento mundial, ele deu o pontapé inicial para a Spalding, fabricante americana de bolas que fatura US$ 400 milhões por ano, jogar tudo o que sabe no Brasil. A partir deste mês, não será difícil encontrar bolas de futebol, basquete e vôlei da marca nas principais lojas de artigos esportivos. Jaszek, diretor-geral da Spalding para mercados externos, sabe que o jogo com as concorrentes será duro, mas espera ocupar todos os espaços do campo adversário em três anos.
A entrada da marca no País foi selada após um acordo com a Flimax, empresa que distribuirá os produtos da Spalding em mais de 1,2 mil pontos de venda no Brasil. Hoje, o mercado nacional de bolas movimenta cerca de R$ 300 milhões por ano. Jaszek não fala dos investimentos da empresa, mas garante que a Spalding não chegou ao Brasil apenas para fazer figuração. ?Em todos os países em que atuamos somos os líderes na venda de bolas de basquete?, diz o executivo em entrevista exclusiva à DINHEIRO.
Pode parecer estranho apostar as fichas num esporte que já foi forte por aqui, mas anda à mingua nos últimos tempos. Jaszek vale-se, no entanto, de uma informação preciosa. Como principal fornecedor de bolas para a NBA ele conhece a fundo os bastidores da liga de basquete americana e sabe que os organizadores do torneio têm interesse em reativar as transmissões dos jogos em canal aberto no Brasil. Isso, segundo o executivo, deve impulsionar as vendas da Spalding. ?Em dois anos, pretendemos conquistar 45% do mercado de basquete e 10% do de futebol?, diz Jaszek. No campo que os brasileiros mais conhecem, a Spalding conta com uma jogada secreta: a Infusion. Trata-se de uma bomba de ar embutida na bola. Ou seja, é o fim da bola murcha. Ela tem uma trava que permite esconder a válvula dentro da câmara-de-ar. A empresa já usava a tecnologia para outros esportes. Só agora, com a chegada no Brasil, decidiu introduzi-la também no futebol. ?Nós reinventamos a bola?, diz ele.