22/10/2003 - 8:00
A casa mais lucrativa dos EUA não é branca e não está em Washington. Fica em Memphis, serviu de residência a Elvis Presley e recebe mais de 600 mil turistas ao ano. É verdade que 1 milhão de pessoas visitam anualmente a morada oficial do presidente americano. Mas elas não deixam muito dinheiro lá, já que a entrada é grátis e souvenirs à venda são, digamos, pouco interessantes. Já no Tennessee… Embora o legado mais famoso do Rei do Rock sejam os 140 álbuns e 31 filmes em
que atuou, há quem diga que Graceland é a maior contribuição que ele deixou para seus fãs. Ali é o seu santuário, um local onde Elvis renasce para milhões de admiradores nos álbuns de platina, na decoração dos cômodos, no som ambiente e no estúdio onde compunha seus sucessos. É também uma mina de ouro para sua filha e única herdeira Lisa Marie Presley. Graceland deixou de ser um milionário problema financeiro para a família em 1982, quando foi aberta à visitação pública, para se tornar um lucrativo ponto turístico que rende US$ 150 milhões por ano para a Elvis Presley Enterprise (EPE), empresa que gerencia as propriedades do astro e cuida do licenciamento mundial de sua imagem.
Os visitantes desembolsam uma média de
US$ 20 pelo tour que dá acesso a grande
parte dos cômodos da propriedade de 14 acres. O destaque fica para a excêntrica Jungle Room, sala de estar que se tornou um estúdio caseiro. A decoração tem chão e teto forrados com
um carpete verde felpudo, mobília de madeira talhada em formatos de animais e uma cascata artificial. Na área externa descobre-se a piscina, o estábulo, a sala de troféus e a capela. Essa sim uma das principais responsáveis pelo lucro de Graceland. Uma cerimônia de 90 minutos para 50 pessoas não sai por menos de US$ 550. Para tornar o evento ainda mais memorável, a EPE aluga ou vende itens colecionáveis como velas, taças de champanhe, certificados do casamento e CDs com românticas músicas de Elvis por preços que variam entre US$ 10 a US$ 25.
Os arredores da mansão são ocupados por propriedades relacionadas ao músico. Há dois shoppings onde se encontram os mais variados produtos, todos devidamente licenciados pela EPE, restaurantes e sorveteria e o concorrido HeartBreak Hotel, também sob o comando da EPE. São 128 quartos convencionais com decoração inspirada nos anos 50. As diárias variam entre US$ 90 e US$ 110. Já o valor para passar a noite em uma das quatro suítes temáticas, que remetem ao estilo de vida do astro do rock, é de US$ 470. Na Graceland Suite, o hóspede encontra uma versão em miniatura da mansão, e na romântica The Burning Love Suite a decoração exibe mobiliário em forma de coração e muito vermelho. Mais Elvis Presley, impossível.
Mas nem só de romantismo vivia Elvis. Ele possuía um certo código de lealdade e honra: o TCB. Em inglês, representa Taking Care of Business, ou cuidando dos negócios. Cada um dos membros de sua equipe tinha que usar um bracelete com a tal sigla. Lisa Marie, que herdou a vocação (talento são outros quinhentos) para a música de seu pai ao lançar seu primeiro álbum no início deste ano, seguiu à risca os preceitos do código de honra. Não só mostrou que está cuidando dos negócios, como ganhando dinheiro com isso.