09/06/2017 - 13:23
A equipe da ambulância da empresa Cuidar, que transportava a médica Haydee Marques da Silva, de 59 anos, acusada de negar atendimento a uma criança de 1 ano e seis meses, discutiu com a profissional de saúde para que ela socorresse a criança, contou o motorista do veículo Robson de Almeida Oliveira, de 50 anos. Ele prestou depoimento à polícia nesta sexta-feira, 9.
A médica pode responder por homicídio culposo, em que não há intenção de matar. O bebê Breno Rodrigues Duarte da Silva morreu uma hora e meia depois de a ambulância ir embora.
“Quando chegamos à portaria do prédio e ela soube da idade do paciente, disse que se recusaria a atender. Eu achei um absurdo e tentei convencer a socorrer a criança. Mas ela começou a surtar dentro da ambulância, a gritar, botou o dedo na minha cara e rasgou o bilhete de atendimento. Achei um absurdo uma pessoa estudada fazer isso. A responsabilidade é só dela, e não do resto da equipe. Ela omitiu socorro”, disse Oliveira.
De acordo com o motorista, a médica estava no início do plantão, e não no fim do expediente, como foi divulgado inicialmente. Ele esteve na manhã desta sexta-feira na 16ª Delegacia de Polícia, onde prestou depoimento.
A médica Haydee Marques da Silva ainda não foi encontrada pela polícia. De acordo com a delegada Isabelle Conti, a médica havia sido acusado de agredir paciente, em 2011, que havia pedido para ser submetida à tomografia.
“A paciente se exaltou e a médica, indignada, chegou a arranhar a vítima. Isso foi em uma unidade de saúde no bairro de Todos os Santos, na zona norte do Rio. O caso foi para o Ministério Público e foi oferecido a ela uma transação penal, ou seja, uma pena alternativa. No entanto, ela não cumpriu as medidas impostas pela transação penal. O processo prescreveu pelo tempo decorrido”, contou a delegada.
Ainda hoje, prestarão depoimento o porteiro do edifício e uma técnica de enfermagem.