08/10/2008 - 7:00
Empresários que pretendem se dar bem na indústria automotiva precisam preencher, de acordo com os especialistas, dois pré-requisitos: disponibilidade de capital para bancar a escala de produção necessária para garantir o retorno do investimento e um design capaz de cair no gosto dos consumidores. Um grupo de cinco empreendedores catarinenses, no entanto, acreditou que poderia ser bem-sucedido com uma operação modesta para os parâmetros do setor, baseado em um projeto desenvolvido por empresas do Estado. Dessa crença nasceu o Stark, um veículo forade- estrada que começa a ser comercializado no final de outubro, após consumir R$ 15 milhões nos últimos seis anos. A venda de 25 exemplares durante o Salão do Automóvel de São Paulo, que começa em 30 de outubro, servirá para confirmar, na prática, o resultado das pesquisas encomendadas pela Tecnologia Automotiva Catarinense (TAC). “O Stark tem potencial para se transformar em objeto do desejo de consumidores aqui e no Exterior”, aposta Adolfo Cesar dos Santos, sócio-fundador da TAC Motors. Segundo ele, a idéia é tirar proveito da redescoberta do segmento jipe (ou fora-de-estrada). Santos se apressa em dizer que o Stark é diferente de outras iniciativas do gênero no Brasil, como o Puma e o MP Lafer, modelos semi-artesanais que fizeram sucesso nas décadas de 1970 e 1980, mas que pereceram com a abertura do mercado nacional. “Nosso carro é fruto de uma plataforma desenvolvida do ponto de vista totalmente industrial e consumiu 40 mil horas de pesquisas, feitas por nossos engenheiros e por técnicos de fornecedores como TRW, Dana e Eaton”, destaca.
A única semelhança da TAC Motors com as congêneres é a pequena capacidade produtiva, limitada a 200 carros por mês, a partir de meados de 2009. Seu diferencial, ressalta Santos, é a parceria assinada com uma grande montadora estrangeira, cujo anúncio será feito na terça-feira 7. Ele não revela o nome do parceiro, mas as apostas do mercado recaem sobre a Volkswagen, que forneceu o motor usado nas primeiras versões do Stark. O acordo é estratégico para o desenvolvimento do jipe catarinense. Isso porque dará à TAC acesso livre a um robusto banco de projetos de engenharia, vital para a homologação das peças e dos acessórios. “O desenvolvimento e a homologação de um volante custam cerca de R$ 1 milhão. Se tentássemos fazer tudo sozinhos o carro ficaria inviável, em virtude de nossa escala de produção”, explica ele. O pacote também inclui o fornecimento de um motor a diesel, tido como indispensável para quem desejar concorrer na categoria.