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PAISAGEM DE CHARME: uma fração de um apartamento no hotel Hyatt Grand Aspen (acima, à esq.) chega a custar US$ 1 milhão e residências à beira de estrada alcançam US$ 4 milhões

O inverno traz temperaturas de até -15ºC, mas faz fervilhar os mercados imobiliários das estações de esqui de Aspen e Vail, nos Estados Unidos, onde uma casa pode ser vendida por US$ 35 milhões. Este foi o valor que o príncipe saudita Bandar bin Sultan recebeu pela sua mansão de 1.350 metros quadrados, cinco quartos e 12 banheiros, um dos dez maiores negócios imobiliários de Aspen em 2007. Encravadas nas montanhas do Estado do Colorado, as duas cidades recebem cada vez mais turistas brasileiros e estão no centro da febre que acomete os esquiadores que desejam morar algumas semanas por ano em uma região paradisíaca com muita neve e badalação. O total dos imóveis negociados na região chegou a US$ 2,5 bilhões em 2007, contra US$ 2,6 bilhões em 2006, de acordo com os registros oficiais.

A baixa é um reflexo da crise dos empréstimos subprime que está corroendo o mercado imobiliário dos EUA, mas não é algo que desespere a cidade nevada, pelo simples fato de que praticamente não há carteira subprime em Aspen. Com imóveis valendo em média de US$ 4 milhões a US$ 5 milhões, os ricos proprietários podem e preferem mantê-los fechados a vendê-los depreciados. De acordo com o Frias Properties of Aspen, um apartamento básico custa de US$ 1,5 milhão a US$ 3 milhões. Por US$ 4 milhões encontram-se imóveis usados no subúrbio e a partir de US$ 7 milhões pode-se adquirir novas casas de luxo. Se o comprador tiver apenas US$ 1 milhão ou menos, recomenda-se a compra pelo sistema fractional ownership, onde vários donos dividem a posse de um mesmo imóvel. O comprador paga parte do valor total e ganha o direito de utilizar sua nova casa durante algumas semanas por ano, uma delas pelo menos na alta temporada de inverno. Os hotéis também utilizam o sistema, como o Hyatt Grand Aspen, que oferece unidades com quartos, banheiro, cozinha, tudo como um apartamento normal. Nele, cada fração custa de US$ 100 mil a US$ 1 milhão e o morador não precisa cuidar da casa, ela já vem mobiliada e há empregados que fazem a limpeza e arrumação. Não se pode mexer na decoração, todos têm de gostar do que estiver lá, mas isso não parece ser problema para quem deseja morar em Aspen.

Menos badalada do que Aspen, Vail é a maior montanha para a prática do esqui nos EUA e recebeu 1,6 milhão de turistas na temporada passada. Em Aspen, um complexo formado por quatro montanhas, Aspen Mountain, Aspen Highlands, Snowmass e Buttermilk, foram apenas 200 mil. Segundo Patrick Barrett, relações- públicas internacional da Vail Resorts Inc., companhia que cuida do turismo, dos hotéis e também negocia imóveis em Vail, cerca de 100 empresários e executivos da lista das 500 maiores empresas dos EUA, publicada pela revista FORTUNE, têm casa na região, que possui excelente ou ótima qualidade de vida, como afirmaram 81% dos residentes em pesquisa realizada pelo Condado de Eagle, onde está Vail. Um dos únicos pontos negativos apontados foi justamente a falta de moradia barata. Antenada com o problema dos cidadãos, Aspen já se mexeu para resolver a questão: comprou um prédio no centro da cidade, onde vai construir apartamentos “mais baratos”. O preço de cada um? Apenas US$ 600 mil.