Toda cifra relacionada à NBA, liga oficial americana de basquete profissional, é fantástica. As temporadas de jogos são vistas por 3,1 bilhões de pessoas em 212 países. As televisões transmitem 36 mil horas de notícias e partidas a cada ano. Em cada jogo são esperados 17 mil visitantes, que ocupam 89% da lotação total dos grandes ginásios. O espetáculo, anteriormente dominado e admirado nos EUA, ganhou há dez anos um status global. Resultado disso são os 30 jogadores internacionais de 21 países que se apresentaram na última temporada, ou 23% do total de atletas inscritos. Mas a globalização vista nas equipes não se traduziu em negócios para a própria NBA. E a montanha de números nos EUA ainda é insuficiente para repetir o sucesso fora de casa. Há um plano para corrigir isso: aumentar as vendas de seus produtos licenciados no exterior e se aproximar dos mercados mais promissores, e o Brasil, com cinco jogadores inscritos, está em quadra. ?O fã brasileiro tem mais orgulho de vestir a camisa de Le-andrinho do que de Shaquille O?Neal?, aposta Arturo Nunez, vice-presidente da NBA para a América Latina.

O País é o segundo maior mercado latino de licenciamento e de pontos de distribuição de produtos NBA. Eles são vendidos em mais de 700 lojas no México e 600 no Brasil. A liga viu o faturamento no País crescer 25% na temporada de 2004 em relação à de 2003, e agora pretende ampliar para 17 as atuais 11 empresas que produzem a linha de 30 produtos (camisas, bonés, cadernos e material esportivo da liga e das equipes). ?A intenção é criar um dream team de licenciados no Brasil?, diz Nunez. ?Os parceiros cuidam da fabricação e da distribuição. Nós garantimos os fãs/consumidores.?

A procura por parceiros brasileiros simboliza a correção do maior erro dos negócios da NBA no País: a importação de produtos, que chegavam com preços fora do alcance do bolso nanico dos brasileiros. ?Anteriormente uma camiseta nossa era vendida por R$ 180. Com a produção local, o preço cai para R$ 100?, afirma o executivo. Outra estratégia é se aproximar mais do público local. A NBA sempre realiza partidas de exibição em países em que tem interesse comercial antes do começo de cada temporada. Na próxima, que se inicia em novembro, China e Rússia receberão os gigantes das quadras. Nunez quer colocar o Brasil nesse roteiro. ?Não são eventos baratos. É preciso trazer os jogadores e parte da experiência da liga. Mas não faltam parceiros interessados?, adianta.

3,1 bilhões de pessoas assistem aos jogos em 212 países