A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, quando não está negociando a paz no Oriente Médio, viajando pelo mundo para se encontrar com chefes de Estado ou em reuniões com o presidente Barack Obama, em Washington, costuma, em seus momentos de relax, deliciar-se com as massas do restaurante nova-iorquino Serafina. Na matriz da rede, na Madison Avenue, o astro hollywoodiano Tom Cruise e sua mulher, Katie Holmes, levam a filha, Suri, para se fartar com as pizzas do lugar. 

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Ação entre amigos: Paulo Torre, à esquerda, e Marcelo Alcantara são sócios da operação Serafina no Brasil e na Argentina

Uma especialidade apreciada pela estonteante atriz Cameron Diaz e pelo cultuado apresentador da rede de tevê ameriana CBS David Letterman, fã também dos pratos trufados do menu, um dos carros-chefes da casa. Até mesmo brasileiros abonados e famosos, como o diretor de cinema Walter Salles Jr., integram a clientela americana, atraídos pela vocação de aliar boa comida com badalação, que fez do Serafina um sucesso nos EUA, onde mantém oito endreços. E que se repetiu em sua filial paulistana. “As tops Izabel Goulart e Isabeli Fontana são habitués da matriz nova-iorquina e também vêm muito aqui”, afirma Marcelo Alcantara, 30 anos, um dos sócios do grupo MPRD, dono da operação do restaurante no Brasil.  

Na filial brasileira, nomes como Ricardo Goldfarb, herdeiro das lojas Marisa, e do banqueiro Azuri Safra também degustam as iguarias preparadas pelo chef Ricardo di Camargo. Alcantara e os três sócios, Paulo Torre, 29 anos, filho do empresário Walter Torre, da construtora W/Torre, e parceiro de Alcantara na administradora de imóveis Innova, Rubens Zogbi, 31, neto do fundador do grupo Zogbi e sócio da financeira Pop, e Davide Bernacca, 45, armador italiano e amigo dos ítalo-americanos Vittorio Assaf e Fabio Granato, fundadores e donos da marca Serafina, juntaram-se para trazer a primeira franquia da casa para o Brasil – a única fora dos EUA – em 2010. 

 

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Reino das trufas: seja na matriz nova-iorquina (abaixo), seja na filial paulistana,

a iguaria italiana é usada em abundância nos pratos da franquia,como o ravioli al tartufo nero (acima)

 

O negócio deslanchou em menos de um ano. Inaugurado em setembro do ano passado, o empreendimento fatura, em média, R$ 1,3 milhão por mês. Por conta desse resultado, os sócios brasileiros, com o aval dos americanos, já preparam a agenda de inauguração de cinco novas filiais no País. “Até outubro vamos abrir uma casa no Itaim e, no primeiro semestre de 2012, inauguramos mais quatro Serafina”, diz Alcantara. O JK Iguatemi, shopping que está sendo construído na capital paulista, pela Iguatemi Empresa de Shopping Centers e pelo grupo W/Torre, vai receber uma dessas novas casas. 

 

Bem como o bairro de Alphaville, em Barueri (SP), e as cidades do Rio de Janeiro e de Brasília. “Cada uma das filiais terá R$ 2,5 milhões de investimento”, afirma Alcantara. A próxima escala dos jovens empresários paulistanos será Buenos Aires, onde a fama da grife gastronômica do Serafina já chegou. O grupo MPRD acabou de fechar uma parceria com um empresário portenho, cujo nome é mantido sob reserva, para abrir o primeiro Serafina por lá. “Também, em breve, devemos anunciar uma nova grife gastronômica que vamos trazer ao Brasil”, diz Alcantara, que todos os dias, no almoço e no jantar, passa pelo Serafina e recebe os clientes, no melhor estilo “olho do dono”. 

 

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“Esse comprometimento foi primordial para conquistarmos a franquia no Brasil e na Argentina”, afirma o jovem executivo. O fato de os sócios brasileiros se esforçarem para manter uma das principais características do lugar, a qualidade dos ingredientes, a maioria importados, também garante a parceria. E, claro, o sucesso da casa ante seu exigente público, que gosta de bebericar um chianti e degustar um ravioli al tartufo nero, enquanto se entrega a conversas ruidosas e animadas. 

 

Aliás, a trufa italiana é o ingrediente mais incensado e usado pelo restaurante. E não se está falando somente de seu aroma. Nas massas do Serafina, as lascas e fatias da iguaria são usadas com fartura. Essa generosidade gastronômica com um ingrediente quase proibitivo, pelo custo, aliada ao mimo ao cliente, também faz parte da receita de sucesso do restaurante, nascido em 1995 de uma promessa feita pelos amigos velejadores Assaf e Granato, quando estavam à deriva, no Oceano Atlântico — caso saíssem com vida do enrosco, abririam um restaurante. 

 

Em tempo: apesar de não economizar no preparo dos pratos, o Serafina deve uma boa parte de sua fama à moderação nos preços, estampados em seu cardápio. O il risotto al tartufo e prosecco (um risoto com prosecco e trufas negras), prato mais caro da filial paulistana, custa R$ 69.

 

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